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Clippings - 20/10/11

Petrobras vai investir mais de US$ 3 bilhões no Amazonas

A Petrobras planeja investir US$ 3,4 bilhões em exploração e produção no Estado do Amazonas até 2015. Dentre os principais projetos estão a construção do gasoduto Juruá-Urucu, o início da produção de Juruá e a instalação da quarta Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) na região.

A estatal prevê aporte de US$ 1,6 bilhão em desenvolvimento da produção no Estado e de US$ 1 bilhão, no incremento da produção. Já os investimentos em infraestrutura e suporte devem chegar a US$ 728,6 milhões.

A província de Urucu, que completa 25 anos de descoberta este mês e fica a 650 quilômetros a sudoeste de Manaus, atingiu a média diária de produção de 11 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural e 54 mil barris de óleo condensado. O Gerente da Base, João Roberto Rodrigues, destacou que o petróleo extraído é o mais leve entre os óleos produzidos no país. O processamento do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, já supera 1,3 mil toneladas por dia, equivalente a 115 mil botijas de 13 quilos.

“A Petrobras paga, por dia, cerca de R$ 3 milhões de reais em impostos para o Estado do Amazonas”, destaca Rodrigues. Segundo ele, a empresa é a maior contribuinte de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) na região, representando 19,5% de toda a arrecadação do tributo no Amazonas.

Apesar da descoberta da província em 1986, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus, com 660 quilômetros, só começou a operar em novembro de 2009. Antes, o transporte era feito por balsas. O gerente geral da Petrobras na Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Amazônia, Luiz Ferradans, explica que a infraestrutura é essencial para a viabilização do negócio. De acordo com ele, o início da produção de Juruá, a 170 quilômetros de Urucu, está prevista para 2013, junto com o início das atividades do gasoduto Juruá-Urucu, que terá 140 quilômetros de extensão.

O trajeto previsto liga o campo de Araracanga/Juruá, no município de Carauari, e a base de processamento de óleo e gás do Polo Arara, em Urucu. O poço, apesar de estar bem atrás da produção de Urucu, foi descoberto muito antes. Ferradans lembra que os quatro poços iniciais de exploração, perfurados na década de 70, apresentaram capacidade de 500 mil metros cúbicos diários de gás. Hoje, o executivo já fala em 600 a 800 mil metros cúbicos.

“Mas é preciso entrar na produção para ver como é o comportamento dos reservatórios”, pondera Ferradans. Segundo ele, todas as licenças ambientais já foram concedidas. “Estamos agora na fase de aprovações do projeto como um todo na diretoria executiva da Petrobras”, afirmou. O executivo frisou que a construção do gasoduto está no plano de negócios da companhia, embora não esteja detalhado.

Outro projeto previsto para começar a roduzir em 2013 é a UPGN 4, que, segundo Ferradans, também está em fase de aprovação. A nova unidade está sendo projetada para tratar o gás produzido na bacia do Solimões. “A capacidade de processamento será de 2,5 milhões a 3 milhões de metros cúbicos por dia”, revelou.

Ferradans declarou que todo campo tem um declínio natural e, se nada for feito, há um declínio ainda mais acentuado. “Eu espero nunca ter que enxergar o fim da exploração na Amazônia”, afirmou. Ele explicou que por meio de trabalhos intensos de sísmica e adensamento de malha, tem como manter o pico e reduzir o declínio. “Estamos trabalhando com a perspectiva de crescimento [da produção]“, destacou.

“Se, antigamente, você conseguia explorar de 20% a 30% do que descobria, hoje a gente pode chegar a 40% ou 50% e, dependendo de como faz isso, pode chegar a 70%”, disse. Segundo ele, se não houvesse um trabalho de adensamento de malha, talvez Urucu estivesse produzindo metade ou abaixo da metade da produção que tem hoje.

A Petrobras opera com oito sondas do Estado do Amazonas. “Há cerca de três anos só havia uma. Hoje são oito, quatro na produção, três na exploração e a última é uma sonda de produção terrestre, que faz intervenção em poços que já estão em produção para checar como está essa produção”, explicou o executivo. A renovação dos contratos ou novas contratações serão feitos apenas em 2013.

A estatal atualmente estima uma reserva total de 594,130 milhões de barris de óleo equivalente (BOE), na amazônia, e 211,383 milhões de barris de óleo e óleo condensado. São cerca de 70 poços furados. A refinaria Isaac Sabbá (Reman), que processa 100% da produção do petróleo de Urucu, tem capacidade de processamento de 46 mil barris por dia.