Estatal estima a geração de 2 mil empregos durante a intervenção para o retorno operacional da fábrica, entre empregados da Ansa e de empresas contratadas. Companhia também anunciou o investimento de R$ 3,2 bilhões na Repar

A Petrobras vai investir R$ 870 milhões para o retorno das atividades operacionais da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A (Ansa), subsidiária integral da companhia localizada no Paraná, informou a companhia em comunicado divulgado nesta quinta-feira (15). A previsão é de que a produção comece no segundo semestre de 2025.
Atualmente, a fábrica está em processo de contratação de serviços e aquisição de materiais, com previsão de conteúdo local superior a 85%. Após finalizada essa etapa, será realizada a mobilização dos contratos de serviços e manutenção dos equipamentos para o início das atividades.
Durante a intervenção para retorno operacional serão gerados mais de 2 mil empregos, entre empregados da Ansa e de empresas contratadas. Após retorno operacional, devem ser mantidos cerca de 700 empregos diretos.
No início de julho, 215 antigos funcionários da Ansa reiniciaram suas atividades de trabalho no Paraná após um acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho e homologado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Esses trabalhadores haviam sido dispensados em 2020, quando a fábrica foi hibernada. São essencialmente técnicos especializados no funcionamento da planta industrial e foram recontratados pela subsidiária.
A Petrobras afirma que os estudos que antecederam a decisão de retorno das atividades da unidade comprovaram a viabilidade técnica e econômica do investimento, e que o projeto está em linha com as diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, pelas quais o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobras, conforme Plano Estratégico (PE) 2024-2028.
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para o país e para a Petrobras, possibilitando diversificação dos negócios da companhia, integração da cadeia do gás natural e ações de descarbonização em linha com a transição energética. Nossa retomada da participação no mercado de fertilizantes passa por comprovação da viabilidade técnica econômica e vai contribuir para reduzir a dependência nacional da importação de fertilizantes, gerando também emprego e renda”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, segundo o comunicado.
De acordo com Alexandre Silveira, ministro do MME, o objetivo do governo é construir e desenvolver as fábricas de fertilizantes não só no Paraná, mas em todo o Brasil. “A produção de fertilizantes aqui será uma peça chave para o Brasil reduzir a sua dependência de fertilizantes importados, ao mesmo tempo ela fortalece a nossa segurança alimentar e energética”, afirmou o ministro durante a cerimônia de retomada das atividades operacionais da Ansa, realizada nesta tarde em Araucária (PR).
A cerimônia contou com a presença do presidente Lula e de Magda Chambriard, entre outras autoridades.
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a Ansa tem capacidade de produção de 720 mil t/ano de ureia, o que corresponde a 8% do mercado; 475 mil t/ano de amônia; além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).
Investimentos na Repar
A Petrobras também anunciou o investimento de R$ 3,2 bilhões, previstos no horizonte do PE 24-28, destinado a paradas de manutenção e projetos de investimento na Repar. Segundo a companhia, cerca de 27 mil cargos diretos e indiretos serão gerados.
Entre os projetos, está prevista a implantação de uma nova unidade de hidrotratamento de médios (HDT), que tem por finalidade o aumento da produção de diesel S10, além de projetos de melhoria de eficiência energética, visando uma menor pegada de carbono nas operações e aumento de carga de destilação, para acréscimo da produção de derivados e atendimento ao mercado.
A Repar é pioneira na produção do Diesel R, combustível produzido por coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. “Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60% em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior a depender da matéria-prima utilizada”, afirma a Petrobras.
A unidade atende cerca de 15% da produção nacional de derivados de petróleo e 85% do abastecimento vai para os estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A capacidade instalada é de 33 mil m³/dia ou 207.563 bpd e os principais produtos são o diesel, gasolina, GLP, coque, asfalto, óleos combustíveis, QAV, propeno, óleos marítimos.
Fonte: Brasil Energia