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Clippings - 09/10/25

Petrobras volta a investir na Bahia

O presidente Lula vai a Maragogipe anunciar investimento de R$ 2,6 bilhões no setor naval e na reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), além da retomada do Canteiro de São Roque

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser (Foto: Divulgação Petrobras)

O presidente Lula vai à Bahia amanhã (9), anunciar a retomada do investimento da Petrobras no estado, que envolve encomendas ao setor naval, a reativação do Canteiro São Roque e a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). Ao todo, serão mais de R$ 2,6 bilhões investidos no estado, com estimativa de criação de 6 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. A cerimônia acontecerá a partir das 15h, no Estaleiro Enseada, em Maragogipe (BA).

Durante o evento, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) também vai anunciar o investimento de R$ 611,7 milhões na construção de 80 embarcações destinadas à expansão das atividades no setor naval e aquaviário. Desse total, R$ 550,5 milhões vão receber dinheiro do Fundo da Marinha Mercante (FMM).

O investimento da Petrobras na Bahia foi motivo de recente polêmica. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante de empregados, manifestou desagravo após a presidente da empresa, Magda Chambriard, afirmar em entrevista à Brasil Energia que a presença em campos maduros da região poderia ser revista. O projeto, no entanto, não foi para frente até agora.

O que Lula e a Petrobras vão anunciar, pelo contrário, é um fortalecimento do estado nos negócios da estatal. A maior parte do dinheiro, de cerca de R$ 2,5 bilhões, vai para a construção de seis barcos de apoio no estaleiro Enseada. O contrato de 12 anos prevê um prazo de construção de quatro anos e conteúdo local de 65%.

O Canteiro de São Roque, que estava desativado, deve passar a receber plataformas em fase de descomissionamento. Num primeiro momento, a ideia é receber duas unidades para que sejam preparadas para o desmantelamento em outro estaleiro. Mas é possível que, no futuro, o local seja usado na realização do próprio desmantelamento.

Atualmente, a Petrobras tem usado o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, para o acostamento das plataformas, que estão sendo encaminhadas ao estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, para o desmonte. O Canteiro de São Roque, da Petrobras, passa a ser mais uma opção.

Já a Fafen da Bahia, ao lado da Fafen de Sergipe e da Ansa do Paraná, vão ser retomadas numa estratégia que envolve o escoamento do gás natural da Petrobras para suprir 20% da demanda nacional de ureia, com a produção de 1,3 mil toneladas por dia, a partir de 2026. Para isso, a estatal contratou a Engeman para, em cinco anos, manter e operar as fábricas de fertilizantes. Apenas a Fafen-Ba vai custar R$ 520 milhões, de um acordo total de R$ 1 bilhão.

“As Fafens não seriam viáveis economicamente se o preço do insumo gás estivesse no patamar anterior. Não foi à toa que não saíram antes. O que fizemos foi aumentar a oferta, porque só com o aumento da oferta é que conseguimos redução de preço. A viabilidade das Fafens foi possível porque nesse período de um ano e meio (em que estiveram hibernando) a gente conseguiu aumentar o fornecimento de gás e a exportação do gás para a terra”, disse Chambriard.

Fonte: Revista Brasil Energia