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Clippings - 31/07/25

Petróleo e derivados não serão taxados por tarifa de 50% dos EUA

Exportações dos produtos para o mercado norte-americano entrou na lista de exceções da Ordem Executiva publicada nesta quarta-feira (30) pelo governo Trump. IBP e Abpip consideram positiva a decisão

O presidente dos EUA, Donald Trump, isentou as exportações brasileiras de petróleo e derivados para o país (Foto: Divulgação Casa Branca)

As exportações de petróleo e derivados para os EUA ficarão isentas da tarifa de 50% determinada aos produtos brasileiros, que começa a vigorar em sete dias. A Ordem Executiva publicada nesta quarta-feira (30) pela Casa Branca confirmou a sobretaxa, mas trouxe um anexo com exceções a centenas de produtos, incluindo os hidrocarbonetos. Veja a íntegra da decisão aqui

Nas últimas semanas, houve o receio de que as exportações de petróleo brasileiro seriam taxadas em 50% ao entrarem nos Estados Unidos. Atualmente, o petróleo bruto é um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil para os EUA.

De todo o petróleo exportado pela Petrobras no segundo trimestre deste ano, 8% seguiram para as refinarias os EUA, segundo resultados de produção e vendas divulgados na terça-feira (29) pela estatal. Apesar de 54% das vendas externas de petróleo da Petrobras serem destinadas à China, o percentual do óleo bruto para os EUA aumentou 4 pontos percentuais desde o primeiro trimestre deste ano, que ficou de 4%.

Em relação a derivados de petróleo – como diesel e querosene de aviação – os americanos têm, atualmente, uma participação maior das exportações da Petrobras, de 28%.

IBP e Abpip receberam positivamente a decisão

A isentar das exportações brasileiras de petróleo e derivados foi comemorada pelas entidades representativas das empresas do setor. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) disse que recebeu positivamente a notícia de que o setor de óleo e gás foi formalmente isento da tarifa de 50% aplicada pelos EUA sobre produtos brasileiros.

“A decisão de isentar energia e produtos energéticos (petróleo bruto, seus derivados e gás natural liquefeito, entre outros) é um reconhecimento da especificidade do mercado de petróleo e seus derivados e da sua importância estratégica no comércio bilateral”, afirmou em nota à Brasil Energia.

Segundo o Instituto, existe um fluxo relevante não apenas de exportações de petróleo brasileiro, que somaram US$ 2,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, mas também de importações de derivados essenciais para o mercado nacional e que a manutenção da competitividade do setor junto ao mercado norte-americano contribui para preservar os fluxos comerciais e os investimentos, mitigando impactos imediatos.

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) disse que recebeu com tranquilidade e confiança a exclusão do petróleo e gás natural das tarifas anunciadas pelo governo dos EUA, interpretando a decisão como um reconhecimento da relevância estratégica internacional dos hidrocarbonetos produzidos no Brasil.

“Embora as exportações para os Estados Unidos representem uma parcela modesta do comércio dos produtores independentes, a medida contribui para preservar a competitividade do Brasil, garantir estabilidade comercial e reforçar um ambiente de negócios mais previsível — especialmente importante para a continuidade e expansão sustentável da produção independente de petróleo e gás”, afirmou a entidade em nota à Brasil Energia.

A isenção do petróleo e dos derivados do tarifaço do governo Trump beneficiará o estado do Rio de Janeiro. Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria de petróleo e gás compõe aproximadamente 60% das exportações fluminenses para os EUA, sendo o principal item na pauta exportadora e representando 40 mil empregos diretos no estado.

Mas a entidade manifestou preocupação com a nova tarifa anunciada hoje pois impactam diretamente a pauta exportadora do estado, com a taxação de produtos como aço e alumínio.

Fonte: Brasil Energia