unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 16/06/25

PetroReconcavo aposta na verticalização e tecnologia para expandir no onshore

CEO José Firmo projeta crescimento sustentável em campos maduros e defende parcerias para reduzir custos sistêmicos do setor

O CEO da PetroReconcavo, José Firmo (Foto: Divulgação PetroReconcavo)

A PetroReconcavo celebra 25 anos com a estratégia de manter a liderança no onshore através da verticalização de serviços e investimentos em tecnologia. Em entrevista à Brasil Energia, o CEO José Firmo apresenta uma visão otimista sobre o futuro do setor, mesmo diante dos desafios dos preços mais baixos do petróleo nos últimos anos.

“O que a gente vive hoje é a concretização dos planos que idealizamos há 25 anos”, diz Firmo. Para o executivo, o onshore brasileiro vive um momento de consolidação, com empresas mais eficientes assumindo campos que grandes petroleiras consideram menos atrativos.

No caso da PetroReconcavo, o CEO também destaca a estratégia da verticalização, com a aquisição de sondas. Hoje a frota da empresa é de 13 unidades próprias para workover, além de 3 contratadas e mais 3 de perfuração. “Esse ano vamos fazer 500 atividades de poço, entre workover, intervenção e reparo. Se você não tem um supply chain muito bem estabilizado, corre risco tanto do ponto de vista de inflação de custos, quanto de disponibilidade de recursos”, disse ele.

Essa estrutura gerou economia superior a R$ 200 milhões em 2024. “A PetroReconcavo tem o menor custo de desenvolvimento e o menor lifting cost muito por causa dessa capacidade interna”, destaca.

Firmo também ressalta o sucesso obtido com a aquisição do campo de Tiê, onde a companhia conseguiu elevar significativamente a produção através de revisão de engenharia de reservatório e upgrade do sistema de produção.

Nesse sentido, o foco em recuperação operacional foi, segundo Firmo, essencial para enfrentar a interrupção da produção da empresa no Rio Grande do Norte em 2023, por problemas de escoamento. A estratégia adotada em 2024 rendeu quatro meses consecutivos de crescimento, com a produção alcançando 27.600 boe/dia no primeiro trimestre de 2025.

A empresa planeja incorporar tecnologias americanas de perfuração horizontal e desenvolver reservatórios mais profundos. “Ainda não fizemos nenhum poço horizontal na PetroReconcavo, mas vamos nesse caminho este ano”, revela.

O CEO reconhece desafios sistêmicos do onshore brasileiro, como custos elevados de tratamento de gás e gargalos logísticos. “Precisamos encontrar fórmulas de criação de clusters de tratamento de gás em conjunto com as empresas para baixar esse custo”, propõe.

A empresa já aposta na expansão para o midstream, especialmente no tratamento de gás, com o investimento na UTG de São Roque, em operação, na UPGN de Miranga, em construção, e na parceria com a Brava para compra de 50% da UPGN de Guamaré.

No segmento de óleo, a empresa está desenvolvendo projetos e memorandos de entendimento para logística de escoamento.

Com reservatórios apresentando taxa média de recuperação de 22% – ainda distante do benchmark mundial de 35% – a PetroReconcavo vê amplo potencial para crescimento através do aumento da eficiência de extração. “É fascinante ver a companhia se preparando para encarar esse desafio não no próximo mês, mas na próxima década”, conclui o CEO.

Fonte: Revista Brasil Energia