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Clippings - 30/06/09

Píer Mauá investe mais de R$ 200 milhões

A Píer Mauá, concessionária que administra o terminal de passageiros do Porto do Rio e dos armazéns 1 a 4, prepara investimentos que podem ultrapassar R$ 200 milhões em projetos que abrangem toda a região portuária. O investimento será divido em duas frentes bem definidas dentro do porto e fora do porto. A área de cais do porto do Rio, que compreende os dois prédios do atual terminal de passageiros e os quatro primeiros armazéns, receberá investimentos de cerca de R$ 50 milhões. Além de abrigar um novo terminal, mais moderno e com mais capacidade, a área, que soma 27 mil metros quadrados, terá espaço para restaurantes, bares, ambientes para shows, feiras e outros eventos.

A primeira parte do investimento (R$ 20 milhões) já foi concluída, com a reforma dos dois primeiros armazéns, que, juntamente com o terceiro, foram o palco do Fashion Rio, evento de moda realizado em junho. Restam R$ 30 milhões a serem aplicados na reforma do armazém 3 e na recuperação total do armazém 4. A frente que compreende investimentos fora do cais do porto é a que demandará o maior volume de recursos e será realizada em uma segunda etapa. A Píer Mauá pretende investir R$ 180 milhões no entorno do porto, na construção de hotéis, prédios comerciais, restaurantes e bares.

A primeira etapa do projeto da Píer Mauá, que compreende a área interna do porto, demandou minucioso trabalho de restauração, por algumas características originais dos equipamentos. Os armazéns, que em 1910 foram trazidos de navio da Europa, desmontados, não são feitos de alvenaria e têm estrutura formada por vigas que sustentam uma malha de aço com enxerto de cimento dentro. O teto, também sustentando por vigas de aço, era coberto por telhas de amianto. Depois de muito tempo expostos ao sol e à maresia, a estrutura dos armazéns se encontrava obviamente deteriorada.

Atualmente, o armazém 4 permanece em condições impraticáveis e serve como depósito de entulho. Em contrapartida, o armazém 2 está totalmente reformado suas características originais foram recuperadas com várias raspagens na fachada, para se chegar à cor original dos prédios: terracota com detalhes em ocre.

A estrutura de aço que sustenta o teto recebeu trabalho de jateamento contra ferrugem, além de reforço em algumas vigas. O teto de telhas de amianto foi completamente trocado por telhas de barro francesas (semelhantes às originais de 1910, antes de serem trocadas por amianto). Três olarias do Rio de Janeiro tiveram de ser reativadas para suprir a demanda por telhas do projeto.

O chão de cimento deu lugar a um piso de granito, semelhante ao de aeroportos. O prédio, que antes não tinha nada além de espaço vazio para acomodar a bagagem dos milhares de visitantes que chegavam dos navios de cruzeiro, recebeu ar-condicionado central, banheiros e salas de apoio. Segundo o presidente da Píer Mauá, Luiz Antônio Cerqueira, o armazém 2 é o modelo a ser seguido na recuperação dos prédios restantes.

O primeiro armazém, por sua vez, está praticamente pronto. Faltam apenas detalhes, além do piso e do ar-condicionado. Para a próxima temporada de turismo no Rio (2009-2010), os dois primeiros armazéns serão utilizados como terminal de passageiros. Posteriormente, quando todas as obras estiverem prontas, esses armazéns serão destinados a feiras, shows e eventos.

A reforma nos dois últimos armazéns será iniciada em agosto ou setembro deste ano. No armazém 3, embora o prédio não esteja tão degradado quanto o 4, apenas a pintura externa está pronta, faltando a reforma de toda a estrutura externa e de telhados, piso novo e ar-condicionado. Ainda que lhe faltassem muitas intervenções, o prédio foi capaz de fazer parte da estrutura que abrigou o Fashion Rio, com grande sucesso. No armazém 4, porém, falta tudo.

A idéia da Píer Mauá é, na alta temporada do ano que vem (2010-2011), transformar os dois últimos armazéns em terminal de passageiros definitivo. O objetivo da empresa é o de afastar o terminal da área que receberá os restaurantes e eventos – a parte da frente do porto, próxima à Praça Mauá.

Para que possamos transformar o porto em um espaço público da cidade, com bares e restaurantes aos quais toda a população tenha acesso, é preciso desalfandegar a área inicial, que hoje abriga o terminal de passageiros. Aos poucos, transferiremos o terminal para os últimos armazéns, de forma a que a frequência do público não interfira de nenhuma forma na atividade portuária. Faremos um terminal moderno com padrão de aeroporto internacional, explica Cerqueira.

Durante muitos anos, o terminal de passageiros esteve instalado nos dois prédios localizados na entrada do cais do porto. O prédio do antigo Turing do Rio de Janeiro e o adjacente, ambos tombados, não serão mais utilizados como estação de passageiros e passarão a abrigar os bares e restaurantes. Cerqueira assinala que não haverá necessidade de obras no local.

A área tem 5 mil metros quadrados e é um cenário maravilhoso. Nós temos uma das vistas mais lindas da Baía de Guanabara. Poucas pessoas se dão conta, talvez pela freqüência com que a veem, mas a Ponte Rio-Niterói é a sexta maior do mundo, de uma beleza incomparável. Teremos aqui, além de mais uma opção de lazer para o carioca, um equipamento turístico de alto padrão, enaltece.

O presidente da Píer Mauá diz ter ficado muito entusiasmado com a repercussão do Fashion Rio. O evento de moda foi o primeiro grande projeto da nova fase do cais. Em sua avaliação, a área passou com louvor em seu primeiro teste. O Fashion Rio foi um sucesso retumbante, disse. O próximo evento a ser realizado na área de concessão da Píer Mauá será o Congresso Mundial de Urbanizamos da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro. Cerqueira enalteceu a atenção que agora é dispensada à zona portuária do Rio de Janeiro. Ele frisa que há muitos anos se falava em revitalização da área, mas os projetos nunca saiam do papel por falta de vontade política.

É a primeira vez que o Rio tem afinamento político entre as três esferas de governo que está redundando em bons resultados. O cais do porto vai ser o epicentro da revitalização e a Prefeitura está se mostrando empenhada em valorizar a região. É justo que essa área, onde o Rio de Janeiro começou, seja devolvida ao carioca e à cidade, afirmou.