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Alertas Legais - 27/11/23

Plano da Petrobras foca no mercado interno, com mais logística, refino e petroquímica

Refinaria de Paulínia (Replan) (Foto: Divulgação Petrobras)

No seu plano estratégico para os próximos cinco anos, a Petrobras destina mais recursos para refino e biorrefino, logística que elimina gargalos, para a petroquímica. Também vai priorizar a produção de energia com forte retorno às fontes renováveis, que contam com US$ 5,2 bilhões para o período.

O presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (24) em coletiva de imprensa que a produção crescente de petróleo e gás será cada vez mais direcionada ao abastecimento nacional, considerando que o Brasil é o 8° maior consumidor de derivados.

A empresa deve gerar 280 mil empregos diretos por ano com investimentos  de US$ 91 bilhões para projetos em implantação (carteira em implantação) e US$ 11 bilhões para projetos em avaliação (carteira em avaliação), sujeitos a estudos adicionais.

No refino, a Petrobras a previsão é de um aumento de capacidade de processamento em 225mbpd. Novas plantas são previstas apenas para biorrefino e fertilizantes. “Não vamos construir novas refinarias”, reforçou Prates, acrescentando que a companhia vai continuar otimizando a capacidade instalada com modernizações e aumentos de eficiência.

A empresa aumentou significativamente nos últimos meses o uso da capacidade instalada das refinarias. Na coletiva, com outros executivos presentes, foi dito que as refinarias estavam largadas e agora se tornarão biorrefinarias.

O foco no mercado interno foi o ponto de partida para os investimentos em logística, que preveem a encomenda, pela Transpetro, de quatro navios de cabotagem, “a princípio”. Jean Paul afirmou que este é o começo e pode ser ajustado nos próximos planos de investimentos. Ele disse que a estatal não vai parar nos quatro navios. Foram destinados à logística R$ 2,1 bilhões “para remover gargalos” define a Petrobras em seu plano.

Para investir mais pesado na construção de navios, entretanto, a estatal quer avaliar a capacidade dos estaleiros nacionais e também espera a adoção de políticas públicas para alavancar o setor.

“Precisa parear as ações com políticas públicas. Não adianta a Petrobras tomar decisão isolada (…) Três estaleiros que estão com contratos com Petrobras estão lotados. Tem que fazer uma política de revitalização, reconstrução da massa crítica de indústria naval”.

O primeiro governo Lula foi marcado pela retomada da indústria naval, que havia sido fechada nos anos anteriores em governos mais liberais que eram a favor das importações de embarcações e frete internacional. Com a retomada, o governo Lula e a Petrobras geraram centenas de milhares de empregos, uma das prioridades do presidente da República também nos dias atuais.

Para a petroquímica, os executivos da empresa afirmaram que é prioridade da estatal, com ou sem a Braskem. A empresa quer investir em petroquímica, por exempl,  a partir do Gaslub, aproveitando a matéria-prima abundante, o gás do pré-sal. A Petrobras não informou se vai comprar fatia na Braskem, mas informou que dificilmente sairá do bloco de controle, como vendedora.

O controle acionário da Braskem está à venda pela Novonor (ex-Odebrecht), mas a Petrobras, como acionista no negócio, tem direito de preferência na transação. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mostrado interesse que a estatal amplie sua presença no negócio. A Petrobras tem direito de preferência no negócio, mas a decisão final ainda depende de proposta firme pelas ações.

A Petrobras separou no plano estratégico US$ 11 bilhões, inclusive para eventual compra da fatia da Braskem.

“No segmento de Petroquímica, a Petrobras planeja atuar de forma integrada, maximizando sinergias com seu parque de refino e produção de óleo e gás. Estão em estudo investimentos em petroquímica considerando tanto projetos nos atuais ativos como aquisições”, diz a companhia no seu plano.

Outra novidade no plano é a volta da companhia para o segmento de fertilizantes, dos quais o Brasil é altamente dependente de importações. A empresa quer voltar a produzir em duas fábricas de fertilizantes na Bahia e no Sergipe, hoje arrendadas à Unigel e negocia com a empresa arrendatária um contrato de prestação de serviços.

No plano, a Petrobras já havia citado a conclusão das obras fábrica de fertilizantes de Três Lagoas (MS). E a retomada de operação da Ansa, no Paraná, que está hibernada.  “É um caminho futuro para a indústria do petróleo”, afirmou Prates, sobre o segmento de fertilizantes, pela possibilidade de produção de insumos com matéria-prima orgânica.

A produção de energia limpa é outra marca do plano. A Petrobras destinará US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, quase o triplo do plano anterior como destacou o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim. Para eólica, a Petrobras deve investir em aquisições, revelou o executivo.

São contempladas iniciativas e projetos de descarbonização das operações assim como o desenvolvimento e amadurecimento de negócios no segmento de energias de baixo carbono, com destaque para biorrefino; eólicas; solar; captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.

Fonte: Revista Brasil Energia