Companhia também informou a aquisição de uma nova sonda de perfuração e as próximas fases para a troca do riser do Hub Sergipe
A unidade de liquefação de gás natural Parnaíba SSLNG está em fase de testes e deve atingir a sua capacidade nominal até o final desta semana, afirmou o CEO da Eneva, Lino Cançado, durante a apresentação de resultados do terceiro trimestre de 2024, realizada nesta quarta-feira (13).
A fase de testes, iniciada no último final de semana, inclui a operação do primeiro trem de liquefação, que possui capacidade para processar e liquefazer até 300 mil m³/dia de gás. Com essa capacidade, a Eneva já possui produção suficiente para atender aos contratos com a Copergás e Suzano, já iniciados.
O segundo trem de liquefação, que fechará a capacidade total da planta em 600 mil m³/dia, deverá iniciar a operação comercial ao longo deste mês, após a conclusão da operação em teste e entrada em regime de operação estabilizada do primeiro trem.
A Parnaíba SSLNG está localizada no estado do Maranhão, a aproximadamente 250 km de São Luís, e faz parte do Complexo Parnaíba.
De acordo com informações da ANP, o empreendimento será responsável por receber o gás natural, tratar, liquefazer, armazenar e carregar, em carretas criogênicas de transporte, o GNL produzido. O gás será proveniente da Unidade de Tratamento de Gás (UTG) do Complexo Parnaíba, que está localizada em frente à unidade.
Uma vez liquefeito, o GNL será devidamente armazenado em 12 tanques criogênicos com capacidade de 340 m³ cada. O GNL será, então, transferido para carretas criogênicas através de bombas centrífugas submersas. Duas estações de carregamento serão instaladas, e cada estação será capaz de carregar duas carretas com capacidade para 59 m³ cada em até 1,5 horas simultaneamente.
Exploração
A Eneva adquiriu uma nova sonda de perfuração, que deve chegar ao Brasil e iniciar sua operação nos primeiros meses de 2025. Inicialmente, a sonda será alocada para a Bacia do Parnaíba, para retomar o programa de exploração e avaliação de descobertas até o final do ano que vem.
Posteriormente, ela será mobilizada para a Bacia do Amazonas. A Eneva planeja uma aquisição sísmica 2D e 3D ao longo de 2025 na bacia, para definir novas locações e, em sequência, iniciar uma campanha de perfuração de poços exploratórios e de delimitação de descobertas, que deverá ser iniciada no primeiro trimestre de 2026.
Por fim, a sonda deve ser alocada para a Bacia do Paraná. Nesta bacia, a companhia possui uma campanha sísmica 2D em andamento desde o 3T24, que deve ser concluída até meados de 2025. Esses dados serão processados e interpretados ao longo dos 12 meses subsequentes ao término da aquisição sísmica, para definição de objetivos exploratórios.
A Eneva possui um portfólio de 23 blocos exploratórios operados nas Bacias do Parnaíba (15), Paraná (4) e Amazonas (3), e uma área de acumulação marginal na Bacia do Solimões (Juruá). A companhia também é operadora de 16 campos de gás – sendo oito em produção e oito em desenvolvimento, todos na Bacia do Parnaíba, com exceção dos campos de Azulão, Azulão Oeste e Tambaqui, que estão localizados na Bacia do Amazonas.
Falha no Hub Sergipe
A companhia também informou que o suprimento de gás natural pelo riser que conecta o FSRU ao gasoduto marítimo do Hub Sergipe deverá retornar até o final deste trimestre. Uma falha no riser foi comunicada pela Eneva em outubro, impossibilitando a movimentação de gás, disponível no FSRU, à UTE Porto de Sergipe I e à malha de transporte de gás.
A desconexão e recolhimento do riser, assim como o lançamento e conexão do novo riser, devem ser realizadas neste mês. Em dezembro, a Eneva deverá testar e restabelecer a nova solução de suprimento. O plano de trabalho e novo spare riser custaram cerca de R$ 100 milhões para a companhia (sendo este valor passível de reembolso).
Neste período, a companhia está operando com soluções de suprimento alternativas para atender às obrigações contratuais. Para essas atividades, o custo estimado é de R$ 60 milhões a R$ 120 milhões, dependendo da quantidade de cargas de GNL que serão vendidas pela Eneva e do preço de energia ao longo do mês de dezembro.
Financeiro
A Eneva teve uma receita operacional líquida de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024, representando um aumento de 8,4% ante o 3T23 (R$ 2,3 bilhões), e um lucro de R$ 102 milhões no 3T24, ante o prejuízo de R$ 86,9 milhões do terceiro trimestre de 2023.
Fonte: Revista Brasil Energia