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Clippings - 08/12/10

Plataforma inédita no Brasil

O projeto marca a opção da Petrobras por um conceito de aplicação específica, com apenas 24 unidades no mundo, que foram projetadas para diferentes funções, como perfuração, produção e processamento. No Brasil, a P-61 será uma TLWP – o “W” significa “wellhead” (cabeça de poço), que especifica a finalidade principal da embarcação: abrigar árvores de natal secas do campo de Papa- Terra, na Bacia de Campos.

O contrato de construção da P-61 foi fechado com a Floatec, formada por Keppel Fels e J. Ray McDermott. A execução do projeto implicará a utilização de uma balsa especial para a etapa de mating (acoplamento do casco ao convés). A balsa existente no Brasfels, utilizada na construção de P-52, P-51 e P-56, não se encaixa à P-61, por a distância entre as colunas da TLWP ser menor do que em semissubmersíveis. Assim, a nova balsa será construída no estaleiro da Keppel Fels em Singapura, junto com uma parte do convés e dos topsides da plataforma, que chegam ao estaleiro brasileiro no fim de 2011.

Todo o petróleo produzido em Papa-Terra será processado no FPSO P-63, que será interligado à P-61 por Linhas de Transferência de Fluidos (LTFs). Em função dessa configuração, também pioneira no país, o projeto contempla outra inovação: a instalação de três bombas multifásicas na TLWP, para transferir o petróleo para o FPSO. Na P-61, haverá apenas um separador de teste para a avaliação dos poços de produção.

Outra característica diferenciada do projeto é a capacidade de receber uma torre de perfuração temporária no convés principal. Para isso, a P-61 foi projetada de modo a operar em conjunto com uma unidade semissubmersível do tipo Tender Assist Drilling (TAD), equipada para transportar a sonda de perfuração desmontada e montar a estrutura no convés da TLWP.

A TAD permanecerá com a P-61 por cerca de quatro anos. Nesse perãodo está prevista a perfuração de até 11 poços produtores, que se juntarão aos quatro pré-perfurados para o início da produção do campo. A TAD, que foi afretada da Bassdrill, também fornecerá as utilidades, como fluidos de perfuração e energia elétrica, durante a perfuração. Ao fim da campanha, a torre será substituída por sonda de intervenção (workover), que ficará permanentemente na plataforma.

Estrutura marcante de uma TLP, o tendão de ancoragem da P-61, que consiste em segmentos tubulares que prendem a plataforma ao leito marinho, será fabricado no canteiro da McDermott, em Louisiana, nos EUA. Ao todo, a plataforma utilizará oito tendões – dois para cada perna. Construídos com tubo rígido, os tendões ficam tão tensionados que reduzem os movimentos verticais da unidade, possibilitando a instalação das árvores de natal secas e risers rígidos de produção, se assemelhando a uma jaqueta fixa. Isto evita a instalação de linhas submarinas flexíveis e árvores de natal submersas, mais complexas e caras. Além disso, o modelo reduz substancialmente o custo de intervenção nos poços, evitando a necessidade de serviços submarinos e a mobilização de sonda para o serviço.

A utilização de riser vertical favorece a exploração do campo, que contém óleo pesado, com 14,2° API. Nessa configuração, o riser tem menos contato com a água, diminuindo a possibilidade de perdas de produção pelo entupimento da linha, causado pelo adensamento do fluido em produzido, em decorrência da troca de calor com a baixa temperatura do mar. Além disso, está prevista a instalação de bombas centrífugas submersas (BCS) em cada poço para melhorar ainda mais a produtividade.

Corte das chapas

O Brasfels começou a primeira etapa da construção da P-61 em novembro, com o corte das chapas de aço para a confecção dos perfis e a montagem dos painéis para a fabricação das colunas. Todo o casco será construído no estaleiro, que prevê a instalação dos equipamentos, como as bombas, geradores, compressores de ar, bombas de lastro e manifolds de produção no fim de 2011. O mating está previsto para meados de 2012.

A unidade será construída no regime turn key, com prazo de 37 meses e exigência mínima de 65% de conteúdo nacional. A Floatec também executará a instalação da P-61 em Papa- Terra.

Além de fiscalizar o projeto e a construção da TLWP, a Petrobras manterá ainda um grupo de engenheiros na Floatec. O objetivo é aprender a tecnologia de projetar unidades desse tipo, que poderão vir a ser utilizadas nos projetos da área do pré-sal.