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Clippings - 29/07/09

Poços secos não impedem partilha

O presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, disse ontem que a notícia de que 32% dos poços já perfurados no pré-sal são pouco viáveis refere-se a um levantamento preliminar. Não é suficiente para reverter a tendência de o governo instalar o sistema de partilha para a produção na camada do pré-sal, disse.

O governo defende, no pré-sal, a troca do atual sistema de concessão para o de partilha (no qual o óleo pertence à União e os investidores são remunerados com uma parcela fixa da produção ou das receitas), sob o argumento de que o sistema de partilha é mais apropriado para áreas onde o risco de não se encontrar petróleo é baixo. Diversas autoridades já chegaram a definir o pré-sal como uma espécie de bilhete premiado de loteria.

Embora afirme não ter dúvidas de que o Brasil terá sucesso na exploração do pré-sal, Godoy ressaltou que não existe no setor de petróleo uma situação em que você furou, achou. Questionado se o governo teria sido muito eufórico ao falar do pré-sal, ele respondeu que não, mas salientou que a abordagem sobre as reservas tem um componente político. Mas as empresas estrangeiras que fazem parte da Abdib dizem que o Brasil vai virar um centro importante da indústria do petróleo, disse.

Não há consenso, no entanto, sobre a necessidade de mudança no marco regulatório. O economista Paulo César de Coimbra, professor de Economia e Finanças da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (Fucape), avalia que o surgimento de informações mais pessimistas sobre o nível de sucesso exploratório no pré-sal pode se traduzir em risco maior na análise sobre a viabilidade dos investimentos na área, que são elevados. As premissas que foram utilizadas para a formulação do novo marco regulatório do setor podem cair por terra e provocar uma nova discussão a respeito do sistema escolhido para a exploração do pré-sal, disse.

Mas, para Godoy, a notícia não assusta. Eu entendo o contrário. Se tivermos no pré-sal um índice de acerto de 68%, isso é algo fenomenal, disse, após participar de reunião no Ministério de Minas e Energia. Godoy reuniu-se com o ministro Edison Lobão e representantes de outras entidades empresariais, como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), para falar dos entraves a novos projetos de hidrelétricas, em especial, o da usina Belo Monte, no Pará.

Segundo ele, Lobão comentou a questão dos poços secos no pré-sal durante a reunião de ontem. O ministro acha que esses números podem tanto ter uma visão positiva quanto negativa, disse.

As expectativas positivas do Inda para julho e os meses seguintes decorrem do equilíbrio de preços de produtos no mercado interno e externo, o que reduz o interesse de distribuidores em produtos importados.(Fonte: Jornal do Commercio/RJLeonardo Goy e Tatiana Freitas/Da Agência estado/com agências))