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Clippings - 23/07/09

Política de Lula

O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, credita a Lula o sucesso da recuperação da construção naval. E, nesse caso, não há dúvidas. O ex-metalúrgico mandou que fossem feitas no Brasil obras bilionárias de plataformas e deu início ao plano de modernização da frota da Transpetro. Pouca gente sabe que a frota da Transpetro tem média de idade de 19 anos e praticamente só é usada na cabotagem e Mercosul e, mesmo assim, é insuficiente para atender à demanda. Nas viagens para fora do Brasil, praticamente não há navios brasileiros envolvidos, sendo tudo feito com unidades afretadas – que implicam menos trabalho para marítimos, para estaleiros nacionais e geram pagamento de divisas, em moeda forte, ao exterior.

Se, em geral, o governo Lula é altamente criticável – por envolvimento com mensalão, defesa de Renan Calheiros, Collor e Sarney, ampliação do gasto público, manutenção de um ministério com quase 40 membros – na construção naval o governo Lula tem de ser elogiado, pela perseverança na geração de obras e empregos.

Em termos de navegação – excluído o esforço em granéis líquidos – tudo continua igual. O preço de compra de navio é razoável, graças ao Fundo de Marinha Mercante, mas o custo de operação permanece mais do dobro dos concorrentes, o que faz com que o Brasil não disponha sequer de um navio porta-containeres em águas internacionais.

Mesmo diante de alguns atrasos em encomendas, o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, mantém o entusiasmo. Afirma que a política do governo federal está certa em privilegiar os estaleiros. Diz que o Fundo de Marinha Mercante (FMM) dispõe de R$ 5 bilhões para aplicar, que a Medida Provisória 462 resolveu o problema das garantias e que o setor já tem 144 obras em pleno andamento.

– Hoje somos o quinto do mundo na construção de embarcações do tipo Suezmax e temos a primeira carteira do mundo na construção de embarcações de apoio – comentou Rocha.

Atualmente, diz, o parque naval brasileiro conta com cerca de 25 estaleiros e tem capacidade para atender a demanda. O Rio de Janeiro, que reponde, atualmente, por 40% da produção, também responde por 55% da geração de empregos do setor. Em breve, haverá descentralização, pois o Sermetal, do Rio, cederá ao Atlântico Sul, de Pernambuco, a honraria de ser o maior estaleiro do país.

Em relação à briga com as usinas de aço, Rocha afirma que a questão não é política nem estrutural, apenas uma questão de acerto comercial, que um dia deverá ser resolvida. Os estaleiros alegam que o preço do aço no mercado interno é superior ao exportado pelas usinas brasileiras, enquanto as siderúrgicas afirmam que as encomendas do setor são sempre irregulares. O aço responde por 20% do custo da embarcação.(Fonte: Net Marinha/Sérgio Barreto Motta)