Empresas do polo de Cubatão vislumbram nos acessos marítimos ou nas vias fluviais alternativas para ampliar atividades e buscar soluções logísticas na região.
A Usiminas e a Fosfertil estão realizando em parceria a dragagem para aprofundamento do Canal de Piaçaguera. A siderúrgica quer abrir espaço para a atracação de navios de grande calado, e abrir seu terminal para o recebimento de matérias-primas e atender também a outras empresas que desejem embarcar a produção por via marítima.
CARBOCLORO
A Carbocloro, instalada nas margens do Rio Cubatão, espera a licença ambiental para utilizar a via fluvial e também atingir o mesmo canal, por onde pretende circular barcaças carregadas de sal (matéria-prima para fabricar cloro e derivados), desde os navios aportados no largo do Canéu.
Com isso, vai retirar de circulação nas rodovias um número de caminhões utilizados nas 50 mil viagens entre Cubatão e Santos para o transporte das 610 mil toneladas de sal que necessita por ano. O projeto já foi submetido ao Conselho Estadual de Meio Ambiente e aprovado em audiência pública realizada em Cubatão.
USIMINAS
A Usiminas conduz a primeira limpeza de um canal navegável cercada de toda a cautela de controle ambiental realizada no Brasil. O projeto básico da dragagem e os estudos necessários para licenciamento ambiental foram definidos em 2002. E na fase atual, mesmo após o início das atividades, a empresa vem trabalhando em estudos complementares relacionados à dragagem e ao estuário. O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) obtiveramaprovação do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema).
Segundo o diretor de Logística da Usiminas, Paulo Fraga, a empresa prevê investimentos de R$ 500 milhões na ampliação do terminal, que caminha paralelamente ao aprofundamento do Canal de Piaçaguera para um calado de até 15 metros de profundidade. E abre caminho para, no futuro, desenvolver a indústria naval naquela região.
Para melhor gerenciamento ambiental e operacional do projeto, a dragagem foi dividida em quatro fases distintas. A fase I teve início em abril de 2007, e consistiu na retirada dos sedimentos na entrada do canal, no limite com o Porto de Santos. O material foi disposto em área oceânica, autorizada pela Marinha. O local de disposição foi monitorado ao longo de toda a atividade para garantia do atendimento quanto à qualidade da água e ao efeito sobre a fauna. A Secretaria de Meio Ambiente pôde acompanhar, via satélite, o trabalho da draga, que foi monitorada via satélite, garantindo a transparência das operações de dragagem, transporte e descarte dos sedimentos. A fase II teve início em 2008, e consiste na remoção dos sedimentos dos berços de atracação do porto da Usiminas. (A Tribuna – E1 10/07/2009)