Embora tenha minimizado o problema social dos trabalhadores avulsos do Porto de Angra dos Reis (RJ) com a garantia de uma renda fixa mensal, a comunidade portuária local trabalha para resgatar a credibilidade e atrair novas cargas e clientes. Para isso, a instalação de um terceiro berço e a redução das tarifas portuárias estão na pauta. Todas as discussões estão sendo realizadas no Conselho de Autoridade Portuária (CAP), que também tem a missão de coordenar a remodelação do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) e garantir o êxito da expansão portuária.
A Technip, arrendatária do Porto de Angra, conta com o apoio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) para que o novo berço saia do papel. O diretor-executivo da operadora, Robson Fernandes Rangel, destaca que o investimento dependerá de uma “ação mútua” e que todo o setor portuário espera pela ampliação e melhoria da infraestrutura, com o consequente crescimento da participação na movimentação de cargas no estado.
Rangel considera que o Porto de Angra será mais requisitado após a realização dos serviços da dragagem de aprofundamento, que deixará os berços de atracação com 10 metros de profundidade. No entanto, apontou o diretor-executivo à reportagem de PortoGente, será necessária uma ação paralela a essa para a atração de médias e grandes indústrias: a redução das tarifas. “As indústrias instaladas no Rio [capital] têm um custo logístico muito grande para movimentar cargas em Angra, mesmo com tarifas reduzidas. Queremos, então, oferecer boas tarifas para as indústrias mais próximas de nós”.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Arrumadores e membro do CAP local, Felipe Nogueira, é imprescindível discutir de forma organizada a remodelação do PDZ para garantir melhor adequação ao mercado do comércio exterior e garantir tarifas competitivas para os embarcadores. Ele diz que os debates sobre o PDZ “estão complicados” porque há uma disputa de interesses entre a Prefeitura de Angra dos Reis e a atividade portuária.
A Prefeitura, segundo ele, quer fazer uma marina na área denominada São Bento, mas a Technip necessita desse e de outros espaços para expandir suas operações. “Além disso, há um grande conflito. Qual o bacana que vai querer a marina ao lado das operações portuárias?”, provoca Nogueira.
Website: www.portosrio.gov.br/angra/Angra.htm