Em nota divulgada na sexta-feira (17), a Superintendência do Porto de Itajaí, a Portonave S/A (Terminais Portuários de Navegantes) e a APM Terminals/Teconvi (Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí) informaram o término do contrato com a empresa Bandeirantes Dragagem e Construção Ltda., que estabelecia a retirada de volume estimado de 300 mil metros cúbicos de sedimentos existentes no canal externo de acesso ao Complexo Portuário do Rio Itajaí.
De acordo com o Superintende do Porto de Itajaí, Antônio Ayres Britto, o contrato foi desfeito porque a empresa não atendeu ao prazo e produtividade estabelecidos. Havia uma expectativa de retirada de 300 mil metros cúbicos, e a Bandeirantes apresentou a proposta de que terminaria a obra em 20 dias. A empresa, com 10 dias de tolerância, não atendeu às necessidades da obra. O volume previsto não foi minimamente atingido: nem 20%, esclarece. A empresa parou de operar no dia 08 de julho.
Ayres explica que a Bandeirantes alegou que o material a ser dragado não era compatível com o que estava previsto – pois haveriam pedras no calado – e precisaria trocar de equipamento. Mas a empresa não deu garantia de que o novo equipamento [para remover pedras] teria sucesso na dragagem, então optamos pelo cancelamento do contrato, justifica. Ayres também afirmou que a Autoridade Portuária não constatou a existência de pedras na área a ser dragada. O NetMarinha entrou em contato com a Bandeirantes, mas até o fechamento da matéria, a empresa não se manifestou.
Atualmente, o complexo portuário opera com 10 metros e meio de calado. Nós estamos buscando uma nova draga. Por hora, vamos utilizar a draga Iguazu, que tem um contrato de manutenção com o Porto de Itajaí. Com esta draga, estamos trabalhando a possibilidade de deixar o calado com quase 11 metros. Com a finalização deste serviço conseguiremos atender melhor o mercado, afirma Ayres. Outra possibilidade em estudo é a de contratar a empresa Somar do Brasil, que está finalizando a dragagem do Porto de Paranaguá, ou ainda realizar uma operação com a empresa americana GreatLakes, que já está em contato com as empresas privadas do Porto de Itajaí e que chegaria na primeira quinzena de Agosto.
No caso de uso da draga Iguazu, a expectativa é a de que o trabalho seja terminado no prazo de 7 a 10 dias, deixando o calado com aproximadamente 11 metros. Os valores já estão inclusos em um contrato de manutenção que a empresa possui com o Porto.
Dragagem do Rio Itajaí-Açu
O complexo portuário do Rio Itajaí-Açu foi atingido pelas enchentes de novembro. A dragagem para a remoção dos estudos começou em janeiro e recebeu investimento de R$ 26,2 milhões do governo federal.
O contratado para a execução da obra foi o consórcio chinês Draga Brasil. O contrato previa a remoção de até 3 milhões de metros cúbicos de sedimentos e foi encerrado dia 28 de abril junto à Secretaria Especial de Portos (SEP), pois o volume firmado já havia sido dragado. Porém, a dragagem não atingiu a profundidade anterior à enchente.
No dia 4 de junho, após negociar com cinco empresas estrangeiras, o Porto de Itajaí firmou contrato com a companhia brasileira Bandeirantes Dragagem e Construção Ltda. (Por Grazielle Schneider, colaboração Cristina Pierini – Portal NetMarinha – De Florianópolis 17/07/09)