Fundamental para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) receber os grandes equipamentos de suas instalações industriais, o porto que a Petrobrás construirá no município de São Gonçalo está com as obras atrasadas, apavora comerciantes e moradores prestes a ser desapropriados e ameaça poluir a última área ainda preservada da Baía de Guanabara. Orçado em R$ 240 milhões pela companhia, o porto consiste em um píer que avançará cerca de 80 metros mar adentro, no formato da letra T, a partir da praia da Beira. Haverá ainda uma área de apoio e guarda de aparelhos, chamada de retroporto. Apesar de o início das obras ter sido inicialmente marcado para meados de 2010, o projeto ainda não começou a sair do papel.
O píer terá capacidade, quando pronto, para receber simultaneamente até sete embarcações de grande porte, que trarão parte da maquinaria pesada do Comperj. O material seguirá até a sede do complexo petroquímico, no vizinho município de Itaboraí, em carretas e caminhões que percorrerão 22 quilômetros por uma estrada a ser construída entre os dois destinos. Para que a obra do porto em São Gonçalo seja iniciada, é preciso que sejam feitos os serviços de dragagem que permitirão a chegada das embarcações ao ponto de atracação. Sem a dragagem de 5 metros de profundidade entre o canal central de navegação da Baía de Guanabara e o píer, nenhum barco carregado conseguirá aproximar-se do porto, por conta da quantidade de lama acumulada.