unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 10/11/25

Porto do Açu investirá R$ 2 milhões para melhorias no VTS

Objetivo é ampliar capacidade de monitoramento da área do porto, do canal de acesso e das áreas do entorno para aumentar segurança das operações e das pessoas que circulam pelo complexo e da navegação na região

A administração do complexo industrial e portuário Porto do Açu, em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, vai investir nos próximos dois anos cerca de R$ 2 milhões em melhorias no seu Serviço de Tráfego de Embarcações (VTS na sigla em inglês para Vessel Traffic Service), em operação desde de dezembro de 2015 e que, segundo a empresa, foi o primeiro do tipo no Brasil a ser autorizado pela Marinha. Estão previstos a compra de novos equipamentos, como câmeras e sensores meteoceanográficos, atualização da tecnologia da informação e treinamento da equipe de 16 profissionais.

O gerente geral de controle portuário, Gustavo Cruz, explicou que o objetivo é ampliar a capacidade de monitoramento da área do porto, do canal de acesso e das áreas do entorno para aumentar a segurança das operações e das pessoas que circulam pelo complexo e da navegação na região. Segundo Cruz, o VTS está integrado ao Centro de Operações e Respostas a Emergências (Core) do Porto do Açu e, além de monitorar e orientar o tráfego aquaviário, está pronto a responder a qualquer situação de emergência na área monitorada pelo serviço.

Ele lembrou que a criação de um sistema de monitoramento da circulação de embarcações em torno do Porto do Açu remonta ao tempo em que eram feitas as obras para a criação do terminal, em 2013. Cruz contou que, para conclusão do projeto, foi usada uma embarcação de grande porte, chamada de navio cachoneiro, na qual foram feitos os grandes blocos de concreto que seriam usados como proteção ao cais e na estrutura de molhes. Ao mesmo tempo, havia no local dragas de grande porte que escavavam o fundo do mar para abertura do canal de acesso.

Diante desse quadro e como havia embarcações de pesca e outras de pequeno porte que navegavam em áreas próximas de onde eram feitas as obras e, como muitas delas não tinham equipamentos eficientes de comunicação entre si, surgiu a preocupação de dar mais segurança a elas, o que levou à criação do Centro de Controle Operacional do Tráfego Marítimo (CCOTM). Segundo Cruz, era basicamente uma sala de comunicação por rádio com um sistema de carta náutica, mas capaz de acompanhar a localização das embarcações e fazer contato se fosse identificada alguma situação de risco.

Ele se recorda que, à época, a Marinha ainda não havia regulamentado o Serviço de Tráfego de Embarcações, que é o VTS que opera hoje e que segue padrões internacionais e nacionais definidos em legislações específicas, para servir de apoio aos navegantes. Segundo Cruz, é um centro de controle dotado de sistemas informatizados e equipamentos, como sensores, que permitem aos operadores acompanhar a movimentação em toda a área monitorada e fazer contatos com os tripulantes.

Além disso, explicou, o sistema permite orientar os comandantes dos navios que vão aportar sobre a movimentação portuária, escalas e horários liberados para atracamento, garantindo mais eficiência à movimentação. “É um centro de controle organizado para garantir segurança à navegação, evitar acidentes e consequentes danos ao meio ambiente e aumentar a eficiência das operações, gerenciando o acesso ao cais e evitando esperas desnecessárias ou filas de navios ao largo”, disse.

Cruz ressaltou que, para evoluir da sala de rádios inicial para o VTS que é operado hoje no complexo do Açu, foram necessários investimentos na compra de equipamentos, como radares, sensores que monitoram a velocidade do vento, as correntes marítimas e a altura das ondas, câmeras, instalações e treinamento de pessoal. Isso, disse ele, garantiu a qualidade dos serviços oferecidos e permitiu, em 2015, ser o primeiro porto no Brasil a ter um VTS autorizado pela Marinha, que é a autoridade responsável por esse controle. “O Açu foi inovador ao prover ao navegante na área do porto o auxílio à navegação”, disse o gerente, que informou que, no país, somente mais um terminal portuário, o de Vitória (ES), conta com VTS autorizado.

Cruz informou ainda que, além do monitoramento da navegação e das operações marítimas, o VTS controla também a área terrestre e os entornos do complexo de Açu, podendo acionar rapidamente equipes de emergência em caso de acidentes, inclusive nas estradas de acesso e mesmo que não envolva pessoas diretamente ligadas às atividades do porto. Para isso, o complexo conta com equipe de apoio para prestar os primeiros socorros, inclusive com ambulâncias para remoção para hospital.

Além disso, se necessário, pode deslocar pessoal treinado para assumir o controle do tráfego na estrada e organizar desvios para garantir a circulação de veículos e o acesso de carretas ao porto. “Estamos preparados para agir, a partir das informações do monitoramento, para evitar interrupções que prejudiquem qualquer operação em nossos terminais”, explicou o gerente de controle de operações portuárias do Açu.

Segundo ele, todas as ações são voltadas à continuidade das operações com foco em segurança, proteção da vida e integridade dos ativos. “Investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação é essencial para acompanharmos o aumento dos acessos marítimos ao Açu, que cresceram à média anual de 49% de 2015 a 2024 e devem alcançar cerca de 8.000 em 2025”, afirmou Cruz.

Fonte: Revista Portos e Navios