O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários, Wilen Manteli, informa que, agora, o porto gaúcho pode receber navios de até 80 mil toneladas.
Depois das obras de aprofundamento do canal para 60 pés – ainda falta dragar junto ao cais – e da conclusão da extensão dos molhes, o porto do Rio Grande reúne todas as condições para ser o porto concentrador de cargas do Mercosul. Está mais próximo de países como Uruguai e Argentina, cujos portos têm menor calado, e do Paraguai, que pode escoar suas cargas pelos navios que servem Rio Grande.
O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários, Wilen Manteli, informa que, agora, o porto gaúcho pode receber navios de até 80 mil toneladas. “Com 18 metros de calado, o lógico e desejável é que embarcações menores tragam cargas dos países vizinhos para ser transportadas por navios maiores a partir de Rio Grande, tornando as mercadorias da região mais competitivas no mercado mundial”, diz Manteli.
Porto II – Para que Rio Grande se torne um porto concentrador de carga, os governos precisam definir o porto como fator estratégico para o desenvolvimento, com um programa voltado ao aproveitamento econômico dos territórios disponíveis ao seu redor, mediante atração de empreendimentos industriais, de logística e de prestação de serviços inclusive ao longo das hidrovias, que podem ser melhor utilizadas em toda a sua extensão, como no passado, quando já tiveram extensão superior a 1.000 km e hoje mal passam dos 600 km.
Um primeiro passo está sendo dado pela administração do porto do Rio Grande, que busca integração com os portos de Montevidéu e Buenos Aires. O aumento da navegação de cabotagem também contribuirá para aumentar o movimento em Rio Grande.
Cabotagem – Aos poucos, a navegação costeira brasileira, que nunca deveria ter sido abandonada, assim como também a ferrovia não deveria ter sido deixada de lado, em favor do rodoviarismo, começa a voltar a ser prestigiada no Brasil.
Já há várias empresas usando navios costeiros para transportar cargas – inclusive grãos – entre os portos do Sul, do Nordeste e do Norte. Um novo passo importante está sendo dado pela Maestra Navegação e Logística, novo armador de cabotagem no Brasil, que fez parceria com a Gerdau, empresa líder na produção de aços longos nas Américas, para transporte de cargas entre os portos de Salvador (BA) e Suape (PE).
Fernando Real, da Maestra, diz que o acordo com a Gerdau é uma decisão que vai desenvolver o mercado de cabotagem. Fladimir Batista Lopes Gauto, da Gerdau, garantiu que o grupo vai ampliar a utilização do modal marítimo para entregar seus produtos.
Concepa – A Concepa, concessionária da rodovia BR-290 e da BR-116, entre as cidades de Guaíba e Osório, está completando 14 anos neste mês de julho. Atualmente, as equipes trabalham na conclusão da ampliação da BR-290, pista Capital-Litoral, que deverá estar pronta até o final do ano, e na duplicação da BR-116, trecho de 8,7 quilômetros, entre Eldorado do Sul e Guaíba. Estas informações estão no Relatório Anual da empresa que começou a ser distribuído. Os investimentos, em 2010, chegaram a R$ 37 milhões.