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Clippings - 31/08/09

Porto feliz investe na ampliação do turismo

O Município de Porto Feliz, localizado a 100 km da capital paulista, aposta no setor turístico para expandir sua economia nos próximos anos. Entre os principais projetos do setor, está a construção de um parque temático cultural e religioso de 250 mil metros quadrados que tem o objetivo de atrair cerca de três mil visitantes por mês. O empreendimento deve ser inaugurado em 2011 e receberá investimentos da ordem de R$ 50 milhões de um grupo estrangeiro cujo nome a prefeitura preferiu não divulgar.

Além do parque temático, o prefeito do município, Cláudio Maffei (PT), destaca a vinda de um novo hotel, chamado Fazenda Boa Vista, do grupo JHSF, sócio da grife Fasano, que possui hotéis famosos no mercado hoteleiro. Há ainda possibilidade de construção de um estádio municipal. O administrador atua para conseguir verbas do governo federal através do Ministério do Turismo, para essa finalidade.

Além do fomento turístico, o prefeito acredita que no setor industrial deve haver um crescimento motivado pela instalação de uma unidade da Toyota no Município de Sorocaba. Maffei explica que a empresa fica mais próxima de Porto Feliz do que do centro urbano de Sorocaba. Com a vinda da Toyota, Porto Feliz se torna muito atrativa para a indústria. Deve atrair empresas-satélites da montadora, projetou o prefeito.

Confira a seguir os principais momentos da entrevista.

Qual é o perfil econômico do município?

O perfil econômico de Porto Feliz é bem diversificado. Temos força na área de agricultura – com a produção de cana-de-açúcar, laranja, uva – e um forte aproveitamento do desenvolvimento industrial de Sorocaba, com grandes empresas. Hoje o faturamento da indústria ultrapassa o da agricultura. Por último, nosso setor de comércio e serviços tem se fortalecido graças à industrialização do município.

Existem obras em execução no município?

Nós fizemos uma estação de tratamento de esgoto que é a maior obra da cidade, ao custo de R$ 16 milhões de investimentos, dos quais R$ 12 milhões vieram do governo federal, pela Caixa Econômica Federal, e R$ 4 milhões de contrapartida da prefeitura. Entregamos essa obra no dia 13 de agosto. Vamos construir duas escolas e queremos fazer a melhoria da infraestrutura de alguns locais da cidade para atrair indústrias e principalmente empresas do setor de turismo. O grupo JHSF tem um Hotel Fasano e vai construir aqui o hotel Fazenda Boa Vista. Temos o Centro Desportivo Brasil, do empresário J. Ávila, do grupo Traffic, e estamos pleiteando a hospedagem da seleção na Copa de 2014.

Como o senhor pretende atrair essas indústrias?

Com a vinda da Toyota a Sorocaba, Porto Feliz se torna muito atrativa para empresas-satélites da montadora. Este já é um fator. Temos a intenção de transformar o outro lado da cidade em uma área de boa estrutura turística. Estamos em contato com grupo empresarial para trazer um parque temático com área de 250 mil m² cujo investimento deve ser de R$ 50 milhões. É um grupo estrangeiro, mas eu não tenho ainda autorização para revelar quem é. Esse parque deve ser construído daqui a dois anos e deve atrair mais de três mil pessoas por mês, além de empresas comerciais. Ele será voltado para a temática religiosa: queremos atrair o público evangélico, judeu, católico e cristão.

Além da construção do parque temático, existem outras iniciativas para atrair turistas?

Tem a questão do futebol. Estamos estudando a construção de um estádio municipal, que seria voltado para o time Desportivo Brasil. Estamos com projeto de buscar verbas do governo federal, junto ao Ministério do Turismo. Temos também um programa que está renovando o Parque das Monções, hoje nosso principal ponto turístico. Recebemos muitas visitas escolares, e, com o parque revitalizado, o fluxo do turismo histórico crescerá.

Quais são os principais atrativos turísticos?

Porto Feliz é a terra das monções, de onde partiam bandeirantes paulistas que abriram a região central do Brasil. Trabalhamos muito com a festa das monções, temos uma larga tradição de desfiles histórico-culturais e estamos muito imbuídos em promover a atração da área de cultura religiosa.

E quanto aos atrativos econômicos?

Em primeiro lugar, para atrair as empresas, eu destaco a localização da cidade, que fica entre as Rodovias Marechal Rondon e a Castello Branco, a cem quilômetros de São Paulo. Temos grandes centros urbanos próximos da cidade, como Campinas e Sorocaba, e o aeroporto de Viracopos [em Campinas] está a quarenta minutos da cidade. Tem ainda a questão geográfica: a nossa cidade é privilegiada na questão de fartura de água, energia elétrica, gás. Temos uma infraestrutura muito boa. E um dos principais atrativos é o preço baixo dos terrenos.

Com relação a incentivos fiscais, vocês têm alguma política nessa área?

Nós temos o Prodes, Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social de Porto Feliz, que oferece uma série de incentivos. Ele foi criado em 2007, no meu primeiro mandato. O Prodes promove a desoneração a partir de créditos fiscais dados a empresas conforme o número de empregos gerados, limitado ao valor máximo de isenção de 50% dos tributos municipais. Há um grande número de empresas que estão se instalando. Embora tenhamos muitos problemas jurídicos para fazer doação de terreno, muitos vieram para o município porque a terra é muito barata, se comparada à de outros municípios, como Sorocaba.

O município foi afetado pela crise financeira internacional?

A nossa indústria é muito diversificada. Temos indústria metalomecânica, química -a Lanxess, que é a antiga Bayer -, indústria de brinquedos, de alimentos, de laticínios. Com a diversificação da nossa economia, a crise atinge vários setores, só que de forma mais diluída.

O senhor fez uma caminhada até São Paulo para impedir a instalação de um presídio…

Eu fui até o Palácio dos Bandeirantes [sede do governo paulista], a 117 km. Foi uma experiência árdua, doeram-me todos os músculos. Mas o governador reconheceu que ele ia pôr o presídio no lugar errado, em uma área de proteção ambiental. Agora ele o quer erguer em um terreno próximo desse local. Nós abrimos uma ação popular e estamos discutindo como impedir isto. (DCI – C1 – 31/08/2009)