O Porto de Santos necessita de R$ 8,67 bilhões em investimentos, para que as operações de importação e exportação realizadas em seus terminais não sejam estranguladas com a retomada do crescimento da economia brasileira nos próximos anos. Este volume de recursos já deveria estar sendo aplicado em terminais, acessos terrestres, dragagem e no restante da infraestrutura portuária.

Essas são algumas das conclusões do estudo Gargalos e Demandas da Infraestrutura Portuária e os Investimentos do PAC: Mapeamento Ipea de Obras Portuárias, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Eco- nômica Aplicada (Ipea) e em fase de conclusão. O órgão, ligado ao Governo Federal, considerou todos os 37 portos brasileiros e destacou informações sobre Santos.

O levantamento é baseado em dados do Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT), nos relatórios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e em entrevistas com usuários dos portos.

Entre os empreendimentos listados como essenciais, alguns estão em andamento, caso do Trecho Sul do Rodoanel (no estudo, sua construção foi estimada em R$ 3,6 bilhões, mas seu custo chegará a R$ 5 bilhões) e da Avenida Perimetral da Margem Direita (R$ 107,8 milhões). Para outros, sequer há previsão de início, como o Tramo Sul do Ferroanel de São Paulo (R$ 480 milhões).

Há ainda projetos de futuro incerto, como o da Perimetral da Margem Esquerda (R$ 70,9 milhões), que ainda depende de uma decisão conjunta da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e da Prefeitura de Guarujá sobre qual será o traçado da via expressa.

O Ipea considera estratégicas as obras de dragagem de aprofundamento e derrocagem (retirada de pedras) do canal de navegação do Porto de Santos (R$ 167,24 milhões), cujo contrato deve ser assinado nos próximos dias; o reforço estrutural dos berços ¬ medida complementar à dragagem ¬ e a construção de novos pontos de atracação para movimentação de contêineres (R$ 110 milhões); e a construção do terminal Embraport, na Área Continental de Santos, e de um terminal de líquidos (R$ 232,74 milhões). Apesar do custo indicado pelo Ipea para essas últimas obras, atualmente a previsão de investimento somente no Embraport é de R$ 1,1 bilhão.

O estudo vê como necessária também a implantação de novos terminais na Margem Esquerda (Guarujá e Área Continental de Santos) do Porto, ação estimada em R$ 2,71 bilhões. Embora não estejam especificadas no levantamento, as áreas de Prainha e Conceiçãozinha, em Guarujá, poderão seradequadas para a movimentação de contêineres, segundo os planos da Codesp. O projeto Barnabé-Bagres, que consiste na ocupação de duas ilhas na Área Continental de Santos, também é considerado na cifra.

Há ainda obras de infraestrutura a serem realizadas, como a implantação de sistemas de esgoto e de tratamento e distribuição de água potável (R$ 80 milhões); a adequação do sistema de distribuição de energia elétrica (R$ 21 milhões); a definitiva implantação do programa de segurança exigido pelo ISPS Code (R$ 64 milhões); a elaboração de estudos e projetos de infraestrutura de acessos terrestres (R$ 10 milhões); e a adequação rodoviária e ferroviária do acesso ao Porto (R$ 960 milhões).

A construção de uma ligação seca para caminhões entre Santos e Guarujá, que ainda gera debates acerca da localização e do modelo a ser escolhido, é uma das obras previstas no item adequação rodoviária.(Fonte: A Tribuna/Santos,SP/A construção de uma ligação seca para caminhões entre Santos e Guarujá, que ainda gera debates acerca da localização e do modelo a ser escolhido, é uma das obras previstas no item adequação rodoviária.