Mais de 40% do tráfego de contêineres do Japão será afetado se o risco de radiação nuclear provocado pela usina de Daiichi, em Fukushima, fechar os portos da Bahia de Tóquio, de acordo com a Alphaliner. Isso porque os portos de Tóquios e Tokohama movimentaram 7,5 milhões teu em 2010, segundo análise da empresa parisiense.
As autoridades japonesas iniciaram testes para averiguar os riscos de radiação na água do mar próxima à usina de Fukushima, 150 milhas ao norte de Tóquio e que foi atingida pelo violento terremoto e pelo tsunami no começo deste mês. Algumas autoridades afirmaram que parte da água do mar usada para resfriar os reatores da usina e suas reservas de combustível acabaram voltando para o oceano.
Dos portos que sofreram grandes danos, apenas sete atuavam no mercado de transporte de cargas (Sendai, Hachinohe, Hitachinaka, Ohahama, Kashima, Ofunato e Ishinomaki) e, juntos, movimentaram 245.900 Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) em 2010, o equivalente a 1,3% do total do tráfego japonês. O maior deles, o de Sendai, movimentou sozinho 155.611 Teus no último ano.
É provável que impacto nos estaleiros será mínimo, de acordo com a Alphaliner. Todas as encomendas de porta-contêineres nas empresas do Japão estão nas instalações localizadas no oeste do país e escaparam do brutal terremoto. Mas 18 embarcações que já estavam agendadas para entrega entre 2011 e 2013 enfrentaram alguns atrasos por conta da interrupção de suprimentos de aço e equipamentos provenientes das áreas afetadas.