Localização estratégica, criação da SEP e crescimento econômico brasileiro podem
justificar os bons resultados
Segundo o pesquisador, para tornar o serviço eficaz é necessário investir em sua capacidade. “É preciso destinar recursos para rodovias e ferrovias, pois estes dois modais poderiam melhorar o acesso aos terminais. Além disso, a cabotagem – navegação ao longo da costa, permitiria que estes portos recebessem as cargas do exterior e, posteriormente, as enviassem para os portos do Sul e do Sudeste”.
Novaes também acredita que a cabotagem pode auxiliar o crescimento dos terminais da região. “Hoje as rodovias estão muito deficitárias, com isso, acredito que haverá um incremento significativo do uso da cabotagem no País”, afirma o Diretor presidente da Docas do Ceará.
Já Manteli, da ABTP, aponta que além destas duas modalidades, as hidrovias devem receber atenção. “O transporte intermodal é imprescindível para que os portos da região cresçam. Não faz sentido a produção da região Centro-Oeste, por exemplo, percorrer uma distância superior a dois mil quilômetros até chegar a algum porto do sudeste, ao invés de seguirem para os terminais do nordeste”, ressalta.
Pesquisa
Um estudo realizado pelo CEL/Coppead/UFRJ (Centro de Estudos em Logística do Instituto de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro) ouviu a opinião de 218 representantes de empresas, entre exportadores, agentes marítimos, embarcadores e armadores, sobre a qualidade dos principais portos nacionais.
O levantamento avaliou 18 terminais, deste total, aproximadamente 70% foram considerados regulares ou deficientes. Entre os principais problemas estão: acesso rodoviário ruim, tamanho de calado insuficiente e saturação do movimento.