Mobilização, marcada para esta terça-feira (22), protesta contra propostas de revisão legislativa que ameaçam direitos trabalhistas e o futuro dos portos públicos
Trabalhadores portuários de todo o Brasil farão, nesta terça-feira (22), uma paralisação de 12 horas, das 7h às 19h, em protesto contra possíveis mudanças na Lei dos Portos. A greve, que afetará os 32 portos do país, é uma resposta à revisão da legislação do setor proposta por uma comissão de juristas nomeada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O principal ponto de contestação alegado pelos sindicalistas é a retirada de direitos trabalhistas dos portuários, especialmente dos trabalhadores avulsos, além da extinção do cais público no Porto de Santos (SP). A mobilização deverá atingir portos de todas as regiões do país, com expectativa de impactos na logística e no comércio exterior durante o período da paralisação. Apenas no complexo santista, a previsão é que cerca de 20 mil trabalhadores deverão cruzar os braços.
A paralisação tem como objetivo pressionar para que as propostas da comissão não avancem no Congresso Nacional. Carlos Augusto Müller, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (Conttmaf), e José Adilson Pereira, presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), destacaram que a revisão representa uma ameaça à dignidade e às condições de trabalho no setor portuário. Segundo os líderes sindicais, as alterações podem favorecer grandes operadores internacionais e comprometer a soberania do Brasil sobre seus portos.
Além dos sindicatos nacionais, a greve dos portuários brasileiros conta com o apoio da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), que reúne 16,5 milhões de profissionais em mais de 150 países. A ITF, que está reunida no 46º Congresso em Marrakech, Marrocos, enviou uma mensagem de solidariedade, reforçando a importância da união global contra a flexibilização das condições de trabalho dos portuários.
Fonte: Revista Portos e Navios