A Fundação Getúlio Vargas (FGV) considerou competitivos os preços cobrados pela Praticagem para manobras no Porto de Santos, em comparação com o valor das exportações brasileiras. A conclusão consta de um estudo encomendado pela categoria para confrontar o custo de seus serviços com o de práticos de outros 21 portos, em 13 países.
De acordo com a FGV, entre 54% e 66% das mercadorias exportadas pelo cais santista no ano passado seguiram para destinos onde o serviço é mais caro. Tal fato sugere que os valores de praticagem não representam qualquer entrave à exportação de mercadorias brasileiras para esses portos, definiu o estudo.
Os pesquisadores analisaram dez portos com históricos de movimentações de contêineres semelhantes a Santos. Outros 11 possuem rotas de navios mercantes similares às do complexo santista.
De acordo com a pesquisa, os preços de praticagem em Santos equivalem a até 0,59% do custo do transporte marítimo e até 0,18% do custo logístico total de exportação pelo cais santista. O peso dos valores de praticagem no Porto de Santos tem influência pouco significativa no preço final dos produtos transportados, concluiu a FGV.
O pagamento pelo serviço (US$ 2,4 mil a US$ 3,5 mil, dependendo do tamanho do navio), em comparação com a média dos demais portos analisados, variou de 10% a 30%.
Nas manobras com navios de 3.500 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), são mais caros que em Santos os serviços prestados nos portos de São Petersburgo (Rússia), Nova Iorque (EUA), Roterdí (Holanda), Istambul (Turquia), Oakland (EUA), Hamburgo (Alemanha), Savannah (EUA) e Osaka (Japão).
Outros 13 complexos cobram preços mais baratos. São eles: Tilbury (Inglaterra), Le Havre (França), Vancouver (Canadá), Antuérpia (Bélgica), Durban (África do Sul), Valência (Espanha), Barcelona (Espanha), Hong Kong (China), Mina Raysut (Oman), Porklang (Malásia), Busan (Coreia do Sul), Port Said (Egito) e Tanger-med (Marrocos).
ESCALA
O estudo também listou as despesas fixas em cada atracação de um navio em Santos. O serviço de Praticagem custa, em média, US$ 5.643,85 (31% do total) por escala para navios de até 1.600 TEUs; US$ 6.946,52 (29,1%) para embarcações com até 2.800 TEUs; e US$ 8.249,20 (32,3%) em cargueiros de 3.500 TEUs.
Como comparação, o custo com rebocadores é, respectivamente, de US$ 4.877,00 (26,81% do total), US$ 8.420,00 (35,3%) e US$ 8.720,00 (34,1%).
O presidente da Praticagem de Santos, Fábio Mello Fontes, afirma que os resultados vêm de um órgão acima de qualquer suspeita e demonstra que os preços de praticagem (em Santos) estão em consonância com a média internacional.
Para Fontes, a pesquisa mostra que não é mexendo no preço da praticagem que se vai reduzir os custos para o exportador. É melhorando estradas, construindo ferrovias e aprofundando o canal.