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Clippings - 05/08/09

Pré-sal atrai interesse da Queiroz Galvão

A Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG), uma subholding do grupo pernambucano que completa 30 anos em janeiro de 2010, prepara-se para atuar no pré-sal. Esta semana, a empresa estreia como prestadora de serviços na perfuração de poços em águas profundas, com a entrada em operação de sua plataforma Olinda Star, contratada pela Petrobras para operar nos campos de Barracuda e Caratinga. De olho no pré-sal, a QGOG já encomendou a estaleiros de Cingapura e Abu Dhabi a construção de três plataformas para atuar em águas ultra-profundas da Bacia de Santos. Ao todo, investiu US$ 1,65 bilhão no novo negócio.

Henrique Queiroz Galvão, jovem herdeiro, com 28 anos, e coordenador dos projetos da empresa, disse ao Valor que independente do modelo de gestão, nossa expectativa é participar ativamente da prestação de serviços do pré-sal. Ele explicou que o petróleo é o foco do grupo, que faturou R$ 5,5 bilhões em 2008, sendo R$ 633,7 milhões da QGOG. A atuação no setor petrolífero do país é feita através da construtora, que constrói plataformas de produção e armazenamento de petróleo (FPSO) e offshore e tem estaleiro.

A Petrobras é sua principal cliente. A companhia atua na prestação de serviços, como afretamento de plataformas e perfuração com a estatal e outros clientes, além de ter um braço de exploração e produção de petróleo e gás.

Galvão informou que a QGOG está trabalhando ativamente na área de contratação destes serviços para a Petrobras, o que inclui as encomendas das novas plataformas e a sua entrada nos segmento de águas profundas e ultra-profundas.

Do total investido até agora, com foco no pré-sal, US$ 350 milhões foram desembolsado na conversão da Olinda Star para operar em lâmina d´água profunda de 1.100 metros e poços de até 7 mil de profundidade. Esta plataforma tem uma representatividade muito grande para a empresa, pois é o marco da entrada da QGOG na atividade de águas profundas, pois este ano faz 15 anos que estamos na atividade de perfuração de offshore. As plataformas Gold Star e Alpha Star e a Lone Star vão custar US$ 1,3 bilhão. Delas, a Alpha Star é a mais cara – custará US$ 800 milhões -, enquanto as outras duas juntas sairão por US$ 550 milhões.

A Gold Star e a Alpha são plataformas destinadas à perfuração em lâmina d´água ultra-profunda, de até 2.700 metros, enquanto a Lone Star opera em até 2.400 metros. As três instalações terão capacidade para atuar na Bacia de Santos, onde ficam os campos de Tupi, Iara e Guará, os mais famosos, com lâmina d´água entre 2.300 e 2.200 metros. A Gold e a Lone já foram contratadas pela Petrobras para prestar serviços de perfuração. A Gold deve chegar ao Brasil entre dezembro deste ano e janeiro de 2010 e será operada pela companhia. A Lone será entregue em março de 2010.

A Alpha Star é a única que ainda não tem contrato de serviço com a Petrobras, devendo ficar pronta em julho de 2011. Tomamos a decisão de contratar sua construção por confiança neste mercado do pré-sal, disse o executivo.

A Gold e a Alpha estão sendo construídas em contrato de empreitada pelo estaleiro Keppell Fells, de Cingapura, enquanto a Lone está sendo feita no estaleiro GPC em Abu Dhabi, Emirado Árabe, mas sob a coordenação da Single Buoy Moorings (SBM) Atlantis, um braço construtor da SBM de Mônaco.

Além da construção das plataformas, a companhia vai também participar de um licitação a ser aberta pela Petrobras para a construir 28 sondas de perfuração para o pré-sal a serem montadas no Brasil. Temos grande expectativa em relação a essa concorrência internacional, cujo modelo ainda não está desenhado. As 28 unidades que vão servir ao pré-sal devem ser contratadas no mercado nacional por estaleiros nacionais. O edital não foi divulgado e os convites também não são saíram, informou o diretor comercial da QGOG, José Augusto Monteiro. Ele lembra que nunca foi construída uma plataforma de perfuração no país, mas o programa das 28 é uma iniciativa do governo para fomentar esta indústria no país. O desafio é muito grande, destacou Monteiro.

Os investimentos em curso visam dar competência à QGOG no início do programa pré-sal, que se tornará um mercado superconcorrido. Eles incluem ainda a participação numa outra licitação da petrolífera brasileira de prestação de serviços de dois navios de produção e armazenamento para os campos de Iara e Guará, revelou Galvão. Já saiu o edital e a empresa está em fase de preparação de proposta que deve ser entregue em setembro, acrescentou o diretor comercial da companhia.(Fonte: Valor Econômico/ Vera Saavedra Durão, do Rio)