O resultado do leilão de energia nova A-5 surpreendeu o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, principalmente no que se referiu a competitividade dos parques eólicos que disputaram o certame, realizado nesta sexta-feira (14/12), na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.
Segundo ele, fatores como a revisão dos critérios da linha de financiamento Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o atual preço do dólar compactuavam para um preço superior da fonte dos ventos neste A-5. Da potência total contratada no certame (574,3MW), 281,9MW foram eólicos, o que representa 49% da contratação total. E isso ao preço histórico de R$87,94 por MWh.
O leilão foi um sucesso. Primeiro porque foi um leilão que contratamos só fontes renováveis. Então, a gente continua contribuindo para o Brasil manter sua posição em termos de matriz energética. Segundo, que foram preços extremantes competitivos, inclusive batemos o recorde em termo de preço mais baixo de eólica já contratado, disse Tolmasquim.
Eu devo confessar que fiquei surpreso, eu não espera por isso. É muito baixo até a nível internacional. E a minha surpresa é ainda maior porque estávamos um contexto negativo para a eólica. Porque o BNDES ao estreitar a regra de conteúdo nacional desabilitou vários fabricantes. Nós só temos cinco fabricantes, antes eram 11. E ao mesmo tempo houve a desvalorização cambial. Ou seja, esses dois fatores me levavam a crer que teríamos um preço de eólica maior, completou o executivo da EPE.
O menor valor em que se tinha viabilizado um parque eólico era de R$96,49/MWh, que aconteceu no leilão de reserva de 2011, quando a Eletrosul vendeu energia da usina Ibirapuití.
O presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata, também foi surpreendido. O leilão foi um sucesso. Um resultado surpreendente no que diz respeito ao preço da eólica, disse, durante coletiva de imprensa.
Do total eólico vendido, 52,3MW foram viabilizados na Bahia, 201,6MW no Maranhão e 28MW no Rio Grande do Sul. Destaque para a Bioenergy, que viabilizou sete usinas eólicas no estado maranhense.
Frente ao preço de referência de R$112,00/MWh, o deságio das eólicas representou 21,48%.