O prefeito Eduardo Paes disse ontem, por meio de sua assessoria, ser terminantemente contra a obra do píer em Y, da forma como está proposta pela Companhia Docas.
Além de a obra criar um paredão de navios que
poderá comprometer a visão de bens tombados, como o Mosteiro de São Bento, uma nova questão surge.
Segundo o projeto, a distância prevista entre o novo atracadouro – na altura dos armazéns 2 e 3 – e o Píer Mauá é de 500 metros. Com isso, passa a haver preocupação não apenas urbanística para a prefeitura, mas também de segurança para a manobra de grandes navios.
De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Jorge Arraes, o assunto foi abordado com Docas em reuniões sobre o projeto, já considerado um obstáculo à revitalização da região e ao patrimônio histórico da área, na opinião de urbanistas.
O receio é que o espaço reduzido gere riscos desnecessários às manobras e à integridade física de passageiros e construções no entorno, devido ao tamanho dos transatlânticos, alguns com cerca de 300 metros.
– Perguntamos como ficaria a manobra de navios grandes entre o píer novo e o píer onde ficará o Museu do Amanhí – disse Arraes. – Será complicado e muito apertado para embarcações como um Queen Mary (um dos maiores navios do mundo, com 345 metros).
Segundo ele, a prefeitura tem esperança de que, no detalhamento do projeto executivo, a ser feito pelo consórcio vencedor da licitação, Docas volte atrás. O detalhamento incluirá a batimetria (mapeamento da profundidade do mar) do canal de navegação e da área de aproximação.
O projeto original previa a construção na altura do armazém 6. Mas Docas argumenta que a obra nesse ponto implicaria maior volume de dragagens e esbarraria em rochas submersas. Mudanças no projeto também causariam atrasos, e o píer precisa estar pronto para as Olimpíadas de 2016.
– Docas alegou que é possível fazer as manobras com rebocadores – disse Arraes.
Procurada, Docas limitou-se a informar que as regras de segurança na manobra de navios são definidas pela Capitania dos Portos. Em nota, a Capitania diz que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo órgão e a Procurada, Docas limitou-se a informar que as regras de segurança na manobra de navios são definidas pela
Capitania dos Portos.
Em nota, a Capitania diz que o projeto ainda precisa ser aprovado pelo órgão e a análise não foi encerrada: Quanto à construção do píer, o projeto já foi parcialmente avaliado, pois no que se refere ao ordenamento do espaço aquaviário faltam informações que somente a empresa vencedora do processo licitatório poderá fornecer.
Quanto ao projeto de dragagem, a Capitania dos Portos recebeu apenas o pedido preliminar de dragagem, que permite obter a licença ambiental (…), portanto, qualquer parecer somente poderá ser emitido após a entrega do projeto completo.