Segundo Cristiano Pinto da Costa, o país precisa perfurar mais para não voltar a ser importador de petróleo. Ele demonstrou interesse especial no Sul da Bacia de Santos

O Brasil precisa reativar a atividade exploratória para evitar voltar à posição de importador de petróleo, segundo o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa. “O apetite pelo Brasil existe há um tempo, especialmente se o país mantiver a estabilidade regulatória, jurídica e fiscal. O país precisa de novas descobertas”, afirmou ele, após participar nesta segunda-feira (25) de evento de apresentação dos cenários da Shell para o mercado de energia.
Costa ressaltou que a empresa está avaliando a viabilidade técnica e econômica dos blocos que vão ser ofertados pelo governo no próximo leilão de partilha. A petrolífera acredita, especialmente, no Sul da Bacia de Santos, que tem sido o alvo das últimas aquisições em leilões. A Shell adquiriu os quatro blocos na região para os quais apresentou proposta no último leilão da ANP, em junho deste ano.
“A gente acredita no potencial do Sul de Santos, porém precisa completar a sísmica, fazer toda análise e, eventualmente, perfurar poço exploratório para ver se a expectativa se torna realidade”, afirmou o executivo.
Na Bacia de Santos, a empresa desenvolve o projeto de Gato do Mato, comprado em 2010. A decisão de investimento na área só veio neste ano e o planejamento é produzir o primeiro óleo em 2029. Segundo Costa, a Modec, que vai construir o FPSO, e a Technip FMC, responsável pela parte submarina, já iniciaram os trabalhos. Os contratos foram assinados em abril e o aço da plataforma foi cortado em julho, no Japão.
O presidente da Shell evitou manifestar interesse prévio na Margem Equatorial brasileira, mas afirmou que, se a Petrobras conseguir a autorização do Ibama para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas “será um avanço para a indústria como um todo”.
Fonte: Revista Brasil Energia