Com Wahoo pronto para operar, a operadora foca agora em desenvolver a cadeia produtiva capixaba para atender a demanda de revitalização de Tubarão Martelo, Albacora Leste, Polvo e Frade. Novos tiebacks estão em estudo
Depois do investimento de R$ 4,5 bilhões em Wahoo, dos quais quase R$ 1 bilhão foram contratados com fornecedores capixabas, a Prio está empenhada agora em expandir a cadeia produtiva no Espírito Santo para os projetos de revitalização de seus ativos na Bacia de Campos. Em entrevista à Brasil Energia, o diretor de Operações da Prio, Francilmar Fernandes, disse que a demanda será grande e contínua, e ainda envolve novas soluções de tieback, como a utilizada em Wahoo.
“Queremos fomentar para que tenhamos ainda mais fornecedores no Espírito Santo, e construir parcerias fortes e duradouras para as novas campanhas de revitalização nos ativos que a gente já produz”, destacou Fernandes. De acordo com o diretor, a demanda aquecida no mercado já provoca um lapso no atendimento às operações da Prio na velocidade, na qualidade e no preço que a empresa necessita. Por isso, a busca por fornecedores parceiros extrapola a cadeia de óleo e gás e inclui conversas com empresas de metalmecânica que atendem outras indústrias no estado.
Com Wahoo pronto para operar, aguardando a licença do Ibama, o plano de trabalho inclui a revitalização de Tubarão Martelo, Albacora Leste, Polvo e em seguida Frade. Os projetos são todos “infill drilling”, aqueles que envolvem perfuração em reservatórios já conhecidos, e vão gerar grande demanda para reforma de equipamentos de topside de plataformas, como sistemas de processamento, de compressão, geração de energia, tratamento de água, entre outros. Segundo Fernandes, são negócios muito demandantes de capital e serviços contínuos, com muito volume.
A adoção de novos tiebacks – conexões submarinas entre campos em produção – estão em estudos técnicos, ainda dependendo de aprovações finais. “A beleza de um projeto de interligação submarina como o que a gente já tem em Wahoo, que vai aproveitar a capacidade ociosa de Frade, hoje em 50%, é que você gera menor impacto ambiental, com necessidade de investimento e capex muito menores. Essa é uma linha de crescimento da companhia para o futuro”, completou ele, sem querer detalhar quais projetos já estão em estudo.
Capacitação
Outra lacuna do mercado atual, além de fornecedores, está na oferta de mão de obra. Para atender ao crescimento da demanda, a Prio abriu inscrições para a segunda turma de formação de técnicos para trabalhar em FPSO no projeto Reação Offshore, desta vez no Espírito Santo. A primeira turma já foi formada no Rio de Janeiro e a empresa quer ampliar ainda mais a iniciativa. A ideia é beneficiar toda a indústria de óleo e gás.
“A companhia estimula muito a formação de gente dentro de casa, seja pelo Reação Offshore, seja pelos programas de trainee e estágios, e pontualmente a gente traz alguém experiente para atender alguma demanda específica. A indústria toda tem que entrar na mesma linha, apoiando, para ajudar a todos e evitar a briga de talentos”, concluiu ele.
Fonte: Revista Brasil Energia