Conclusão da transação está sujeita à aprovação pelo Cade e à expiração do prazo do direito de aquisição por parte da Equinor
A PRIO adquiriu 40% de participação dos campos de Peregrino e Pitangola ao assinar, nesta sexta-feira (27), o contrato de compra e venda para obter a empresa Sinochem Petroleum Netherlands Coöperatief U.A, empresa que detém a participação atual no campo. O contrato foi assinado com a SPEP Energy Hong Kong Limited e a Sinochem International Oil.
Caso a transção seja aprovada, o novo consórcio será formado pela Equinor, operadora do campo com 60% de participação, e pela PRIO, com 40% de participação. A conclusão está sujeita às condições precedentes usuais para este tipo de transação, como a aprovação pelo Cade, que pode acontecer em até 60 dias, e waiver ou expiração do prazo do direito de aquisição por parte da Equinor em até 30 dias.
O negócio foi avaliado em US$ 1,915 milhão, sendo US$ 191,5 milhões pagos na assinatura do contrato e outros US$ 1.723,5 milhão pagos na conclusão da transação. Além disso, a Sinochem e suas subsidiárias contavam com US$ 632 milhões em prejuízos fiscais na data de 31 de dezembro de 2023.
O CEO da PRIO, Roberto Monteiro, durante teleconferência realizada no mesmo dia, elencou alguns motivos para a negociação, sendo a primeira delas a taxa mínima de retorno de 20% em dólares alavancado. O segundo é o fato do ativo estar próximo ao cluster de Polvo e Tubarão Martelo.
Outra justificativa é que a Fase 2 de Peregrino já foi feita, com um baixo nível de capex a ser utilizado no futuro. “É um campo que a gente já entra na produção máxima”, destacou Monteiro. Além disso, a produção tem perspectiva de aumentar em 42%, equivalente a cerca de 35 mil bpd.
De acordo com o relatório de certificação de reservas da DeGolyer e MacNaughton (D&M), elaborado a pedido da PRIO considerando uma cotação de longo prazo de US$ 62 por barril de petróleo, estima-se reservas e recursos economicamente recuperáveis (1P+1C) próximos a 338 milhões de barris para Peregrino a partir de 1 de janeiro de 2024 sendo, líquido para a PRIO, 135 milhões de barris, com previsão de abandono posterior a 2037.
A PRIO também enxerga sinergia na comercialização do óleo do campo, uma vez que cada offtake de Peregrino é de aproximadamente 650 mil barris e poderá ser combinado com cargas dos outros campos operados pela companhia para otimizar a logística.
Monteiro também comentou sobre assumir a operação em Peregrino. “Se em algum momento [a Equinor] tomar a decisão de desinvestir do campo, nós teríamos, sim, interesse em fazer a operação”, afirmou o executivo.
Adicionalmente, ele apontou que a PRIO possui a opção de compra, mas de right to match – caso a Equinor decida vender o ativo, busca-se um comprador, negocia-se o contrato entre as empresas e, no momento da assinatura, a Equinor oferece à PRIO as mesmas condições de negócio.
“A gente está satisfeito com o negócio. É um negócio que tem 20% de retorno, independentemente da operação ser nossa ou da Equinor. Claro que, se formasse, a gente acha que tem sinergias, então melhora. Mas se a Equinor operar, a gente vai ter o retorno que buscamos e está tudo bem”, finalizou o CEO na teleconferência.
Fonte: PRIO
Peregrino
Localizado na Bacia de Campos, nos blocos BM-C-7 e BM-C-47, Peregrino está localizado a 28 km do cluster Polvo e Tubarão Martelo. A produção do campo é feita através do FPSO Peregrino, com capacidade de processamento de óleo de 110 mil bpd e capacidade de armazenamento de 1,6 milhão de barris.
O campo possui três plataformas fixas (Peregrino A, B e C) onde são ligados e completados os poços, e que contam com sondas que fazem perfurações e intervenções.
Peregrino está na segunda fase de desenvolvimento, que incluiu a instalação da plataforma fixa Peregrino C e a perfuração de novos poços conectados às plataformas A e C. Atualmente, conta com uma produção de aproximadamente 88 mil bpd, através de seus 26 poços produtores e 6 poços injetores.
Fonte: Revista Brasil Energia