No início deste ano, havia grande entusiasmo de líderes da navegação. Todos achavam que, graças à excelente receptividade da Casa Civil, poderiam ser aprovados benefícios ao setor, para dar competitividade à navegação brasileira ante os concorrentes estrangeiros. Por diversas razões, o Custo Brasil no mar é100% superior ao de países europeus tradicionais e mais ainda em relação às bandeiras de conveniência.
Com o afastamento de Dilma Roussef, os contatos prosseguiram em alto nível, mas o escândalo Erenice Guerra parece ter feito desandar todo projeto, submetido à Casa Civil, que não seja emergencial. Tudo indica que o presidente Lula não quer novidades vindas da Casa Civil e assina apenas o que é estritamente necessário.
Com isso, os líderes da navegação deverão iniciar entendimentos iniciais com a nova equipe até o fim do ano. Nos primeiros meses de 2011, ninguém espera que o alto Governo pare para ouvir demandas do setor. Assim, após o Carnaval ou a Semana Santa, pode ser que o diálogo retorne com força total.
Em resumo o que se pede no Pró-REB é: isenção fiscal para navios e tripulações baseado no tonnage tax (aplicação de imposto de renda fixo sobre o porte dos navios); isenção de imposto de renda dos marítimos; equiparação das empresas brasileiras de navegação às suas concorrentes estrangeiras, com o abono de parte dos encargos previdenciários; isenção de impostos para importação de navipeças; equiparação do preço dos combustíveis na navegação de cabotagem ao da navegação de longo curso; compensação de débitos e créditos no setor da construção naval.