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Clippings - 03/02/11

Problemas ambientais vão adiar para 2012 a plena produção da CSA

A ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico, inaugurada em junho de 2010, terá pela frente pelo menos um ano de ajuste das suas operações para poder funcionar à plena capacidade e dentro das exigências ambientais dos órgãos do Estado Rio de Janeiro, segundo disse ao Valor Luiz Claudio Ferreira Castro, diretor de sustentabilidade da companhia.

No momento, segundo ele, os dois alto-fornos da companhia, que têm juntos capacidade de produzir 15 mil toneladas diárias, estão operando abaixo de 10 mil toneladas, o equivalente a 3,3 milhões de toneladas anuais de placas. A capacidade total instalada da usina é de 5 milhões de toneladas ao ano. A limitação da produção diária dos altos-fornos à 60% foi determinada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) devido a problemas na pré-operação dos dois equipamentos. Por isso, geraram emissões de poeira de grafite na atmosfera de Santa Cruz, local da siderúrgica, afetando as comunidades vizinhas.

Isso levou o órgão ambiental fluminense a condicionar a licença de operação plena para os dois altos-fornos da CSA ao resultado de uma auditoria em curso na empresa há duas semanas. A auditoria está sendo realizada pela Usiminas e tem prazo de 60 dias para terminar. O diretor de sustentabilidade da CSA acredita, porém, que o Inea leve de 60 a 90 dias para fazer a avaliação da auditoria. A expectativa é de que vamos estar com nossa licença de operação no prazo adequado e mais breve possível .

A CSA anunciou ontem em comunicado que vai investir R$ 100 milhões para reduzir as emissões de poeira da vizinhança. A medida foi aprovada pelo conselho de administração, por unanimidade, e complementa outras já adotadas para impedir incômodos à vizinhança. A medida inclui o projeto e a instalação de um sistema de despoeiramento nos poços de emergência da CSA no máximo dentro de oito meses.

Castro explicou que a CSA está adotando a medida voluntáriamente. A empresa vai decidir também se instala dispositivos de enclausuramento e despoeiramento na lingotadeira de ferro gusa, ou a substituição dessa máquina, – fornecida pela fabricante Paul Wurth e que não funcionou na pré-operação do primeiro alto-forno – por um granulador. O poço de emergência e a lingotadeira foram identificados como as principais fontes que podem, em determinadas condições de operação, e emissoras da poeira de grafite.

Nesse processo de ’rump-up’ a CSA busca eliminar a série de problemas operacionais e ambientais que vem enfrentando desde que iniciou a pré-operação no segundo semestre do ano passado, disse Castro. O início de partida das duas máquinas – uma em agosto e outra em dezembro – o ferro-gusa teve de ser jogado no poço de emergência (por falta de aciaria, no primeiro caso, e quebra de um guindaste, o que deflagrou a emissão de pó de grafite.

Isso gerou protestos da comunidade no entorno e a ação imediata do Inea foi multar a CSA duas vezes em um total de R$ 2,8 bilhões, segundo informou o diretor de sustentabilidade. E aplicou as limitações na operação e exigiu a auditoria para liberar a licença de operação. Somado tudo isso, ele prevê que somente em 2012 a empresa estará operando plenamente.

O projeto da CSA sofreu uma série de dificuldades desde sua instalação, em 2004, incluindo a dificuldade em importar equipamentos, a sobrevalorização do real encarecendo o investimento e problemas na construção da coqueria pela chinesa Citic , que queria trazer grande parte da mão de obra de seu pais. Tudo isso foi agravado com a crise global de 2008, quando a Vale teve que fazer um socorro de quase € 1 bilhão à ThyssenKrupp para concluir a obra.