De acordo com um levantamento realizado pelo Fórum Permanente de Micro e Pequenas Empresas do Comitê de Comércio Exterior, do total de serviços exportados, apenas 2,7% são oriundos das micro e 8,2% das pequenas. No que se refere à exportação de bens, a situação é ainda pior. As pequenas respondem por 0,9% e as micro a somente 0,1% dessas exportações.
Por conta disso, o Comitê elaborou um estudo, que contempla os principais mecanismos de apoio às exportações às MPEs (Micro e Pequenas Empresas) que inclui, entre outros, o ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), que é uma antecipação de recursos em real ao exportador que pretende realizar uma operação futura, e o ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues), que antecipa recursos em moeda nacional ao exportador após o embarque da mercadoria para o exterior. A finalidade das duas soluções é prover recursos antecipados ao exportador para que ele tenha como realizar as diversas fases do processo de produção e comercialização da mercadoria a ser exportada.
Segundo Maurício Lucena do Val, diretor do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio), o câmbio desestimula as exportações. Para ele, gargalos como este somados a alta carga tributária e à dificuldade dos regimes aduaneiros especiais, como o drawback – que reduz ou suspende tributos sobre a compra de insumos para bens que são exportados, impedem que as MPEs invistam na produção exportável. Uma solução que está a caminho, por exemplo, diz respeito ao Exporta Fácil pela via marítima, aos moldes do que os Correios utiliza e que facilita o acesso de empresas de pequeno, médio e grande portes ao mercado externo.
Entretanto, apesar de prioritária, o diretor explica que a a pauta e formas de viabilizá-la ainda estão sendo estudadas, diz. Para o ele, o setor tem muito que crescer, mas é preciso de ajustes, que permitam com que as micro e pequenas empresas tenham, por exemplo, acesso ao crédito, finaliza.