Um projeto de lei do governo Barack Obama, atualmente em análise no Congresso americano, poderá ter reflexos na contratação de seguros de empresas de petróleo e gás em todo mundo, inclusive no Brasil. Se aprovada, a nova lei vai obrigar as empresas a contratarem seguros para compensação por danos ao meio ambiente, elevando o valor limite dessa compensação, hoje de US$ 75 milhões. O projeto foi apresentado como resposta à explosão em abril de um poço de exploração da British Petroleum (BP) no Golfo do México, que causou o maior desastre ambiental da história dos EUA. Os prejuízos estimados com a explosão do chamado campo Macondo já atingiram US$ 20 bilhões. Entretanto, o impacto no mercado segurador foi de apenas US$ 566 milhões, valor dos riscos colocados junto às companhias de seguros e resseguros internacionais. Do restante, parte será bancada pela própria BP e parte não é segurável (tudo o que fica abaixo da entrada do poço). Especialistas do setor de seguros dizem que se as petroleiras americanas tiverem que contratar seguros obrigatoriamente, e ainda elevarem o valor da compensação, pode ficar complicado o cenário para o setor em todo mundo, inclusive para a demanda que vai surgir no Brasil com a exploração do petróleo na camada do pré-sal. No setor de petróleo e gás, o Brasil está quase que totalmente exposto à capacidade do mercado segurador internacional, já que são poucas as seguradoras locais que operam com este risco. Por estas razões, caso a lei seja aprovada, haverá grande impacto para a indústria brasileiro.