O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Secretaria Especial dos Portos (SEP), Marcos Pagnocelli, afirmou ao NetMarinha, durante a 1.ª Conferência Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária da Organização dos Estados Americanos (OEA), na última semana, que o governo brasileiro está realizando estudos para determinar a viabilidade de implantação de um hub port no país.
O Brasil é um país diferenciado, ele tem 8.500 km de costa, é muito diferente daqueles países europeus que gostam muito de falar em hub ports. Nós não podemos falar em um porto concentrador de cargas no Brasil, temos que ter vários portos, e isto é um estudo muito intenso que tem de ser feito, e está sendo desenvolvido pelo governo, seria um plano estratégico nacional, explica.
Apesar disso, ele acredita que a concentração de cargas não é um assunto que possa ser determinado via decreto. Elias Gedeon, diretor-executivo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), tem a mesma opinião: Esta é uma questão que depende muito mais de uma preferência de mercado do que uma posição pré-estabelecida por nós ou por qualquer outra entidade.
O tema será discutido durante o Fórum NetMarinha, que acontecerá paralelamente à feira Itajaí Trade Summit 2009, no dia primeiro de outubro, no Centro de Promoções Itajaí-Tur. Serão quatro painéis reunindo os principais atores dos setores empresarial, público e acadêmico, além de especialistas e investidores estrangeiros.
Para Gedeon, a extensa costa brasileira contribui para a proliferação de vários portos nas diferentes regiões, portanto, acredita que o Brasil deveria ter um grande porto no Norte, outro no Nordeste, outro no Sudeste e um quarto, no Sul. Ocorre, contudo, que em cada uma dessas regiões temos grandes portos em operação que dificilmente abandonarão a sua vocação natural para o comércio marítimo. Tais vocações não se extinguem por atos de vontade ou por decretos. O setor produtivo demanda esses portos porque eles cumprem uma missão importante, contrapõe.
Porto concentrador de carga significa um porto que tem uma condição de localização e de natureza que lhe permite uma concentração de carga. O grande porto concentrador de cargas brasileiro hoje é, por natureza, o Porto de Santos, em todas as cargas, e por natureza, Paranaguá, em termos de cargas de graneis sólidos, complementa Pagnocelli.
Outro fator que dificulta o projeto de um hub port, conforme destaca Gedeon, é a estrutura da logística brasileira. Muitos exportadores e importadores já contam com modais terrestres eficazes que garantem o transporte de sua carga do interior do país para esses diferentes portos ao longo do litoral. Neste aspecto é importante salientar que significativa parte de nossas cargas refere-se ao agronegócio, ou seja, são produtos que vêm do interior para o litoral, nesse sentido a cabotagem teria apenas um papel complementar sem grande influência nesse transporte. Mesmo assim, Gedeon ressalta vários pontos positivos de tal iniciativa, como a sinergia, que reduziria os custos dos fretes marítimos.
Itajaí Trade Summit e Fórum NetMarinha 2009
A segunda edição do Itajaí Trade Summit ITS 2009 acontecerá nos dias 30 de setembro e 01 e 02 de outubro, no Centro de Promoções Itajaí-Tur. O evento apresenta como expositores toda a cadeia de serviços e produtos para quem atua ou pretende atuar no mercado global.
O Fórum NetMarinha ocorre paralelamente à feira e contempla seminários e debates que trazem muita informação de qualidade, além de discussões atuais sobre mercado internacional e de logística. A grade do Fórum será divulgada em breve no site www.netmarinha.com.br/its.
A feira é organizada pelo Netmarinha, empresa de mídia com 30 anos de atuação e tem como patrocinadores: Próspera Trading, Teconvi, Tesc e Porto de Itajaí. (Por Grazielle Schneider – Portal NetMarinha – De Florianopolis)