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Clippings - 31/03/11

Projeto prevê 200 km de novas linhas

Em seis anos, o Rio de Janeiro vai receber investimentos em transporte público que, normalmente, levariam 30 anos para serem feitos. São quatro linhas de Bus Rapid Transit (BRTs), a Linha 4 do metrô que levará o transporte até a Barra da Tijuca e ainda o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Zona Portuária. Com investimentos estimados em mais de R$ 7 bilhões, a cidade ganhará 200 quilômetros de linhas de transportes públicos. A primeira linha de BRT, orçada em R$ 480 milhões, é a TransCarioca, que vai ligar a Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ao Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador.

A previsão é de que 400 mil passageiros circulem pela via diariamente o tempo de viagem seja reduzido à metade. A via cortará dez bairros que, por conta da nova linha, também estão ganhando projetos de urbanização, iluminação, drenagem de rios e projetos paisagísticos. A ligação de toda a Zona Oeste por uma linha de trajeto mais rápida é um projeto antigo e será atendida pela TransOeste. As obras do Túnel da Grota Funda foram iniciadas em setembro de 2010 e permitirão a ligação de bairros como Guaratiba, Santa Cruz e Campo Grande à Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. A implantação da via e do BRT está orçada em R$ 359 milhões, incluindo a duplicação da Avenida das Américas na reta final do Recreio. Os complexos olímpicos da Barra da Tijuca e de Deodoro serão integrados pela TransOlímpica. A via terá uma extensão de 26 quilômetros, com 18 estações planejadas e dois terminais, onde devem circular diariamente 130 mil passageiros. O projeto prevê ainda a criação de ciclovias alimentadoras. A obra ainda não foi licitada e não há previsão orçamentária porque o projeto ainda está sendo concluído.

Além das vias que integravam o projeto apresentado ao Comitê Organizador Internacional (COI) que escolheu o Rio para ser sede da Olimpíada de 2016, a prefeitura decidiu criar um BRT que passaria pela Avenida Brasil ligando os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, indo também até a Via Dutra, com um terminal na Rodovia Washington Luiz, principal acesso à Região Serrana do Estado. Assim como a TransOlímpica, o BRT Avenida Brasil ainda não foi orçada. Para complementar as novas ligações viárias, o governo do Estado retomou o antigo projeto do Metrô, que previa mais uma estação no alto da Tijuca, Zona Norte, cuja conclusão está prevista para 2013. Além da Barra da Tijuca, o metrô passará por Ipanema, Leblon, Gávea e São Conrado. A obra, orçada em R$ 4 bilhões, receberá recursos da União, do Estado, da concessionária prestadora do serviço e de empréstimos. A implantação do VLT no Centro da capital, principalmente na Região Portuária, ainda está em estudo. A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), empresa vencedora da concorrência, está fazendo os levantamentos de demanda de passageiros, viabilidade técnico-econômica e traçados do sistema de bondes modernos, incluído no Projeto Porto Maravilha. A previsão é que os estudos fiquem prontos em dez meses. O percurso definido pela prefeitura na Zona Portuária inclui o Aeroporto Santos Dumont, a Cinelândia, a Praça Quinze e a Marina da Glória. O VLT deve operar em 2016. A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) estima que, até 2016, os novos corredores sejam servidos por 581 veículos articulados que exigirão investimentos de R$ 485 milhões, incluindo a compra de equipamentos e sistemas eletrônicos e a instalação de um centro de controle e operação. Lélis Marcos Teixeira, presidente-executivo da Fetranspor, diz que hoje o índice de renovação da frota no Rio situa-se na faixa de 10% a 15% ao ano, percentual que poderá chegar a 20% com a implantação dos BRTs. Cada ônibus articulado transporta, em média, três vezes mais passageiros sentados do que os veículos tradicionais. O investimento beneficiará o setor imobiliário. Bairros que serão cortados pelas vias estão com a demanda aquecida e os preços subindo 20% a cada seis meses. É o caso da Calçada que em seis meses vendeu imóveis com essa variação percentual de preços. A avenida Abelardo Bueno, uma das principais vias da região da Zona Oeste que será cortada pela TransOlímpica, receberá grande parte do complexo esportivo e parques. Outro bairro concorrido é o de Jacarepaguá que está recebendo também as obras de urbanização e paisagismo por conta dos BRTs.