Para o ano de 2011, a expectativa é que os tubos já tenham capacidade para chegarem à uma profundidade maior ainda, atendendo assim às projeções de exploração da camada do pré-sal.
Diante da corrida dos fornecedores da Petrobras para atender a demanda gerada pela exploração de petróleo da camada do pré-sal, a companhia italiana Prysmian, ex-Pirelli Cabos, lançou ontem a pedra fundamental para a ampliação de sua linha de produção na cidade de Vila Velha, Espírito Santo, para a produção de tubos flexíveis.
A previsão é que no fim de 2010 a Petrobras já esteja recebendo os primeiros tubos flexíveis da Prysmian, prontos, inicialmente, para as aplicações submarinas em águas profundas em até 1,5 mil metros. O investimento total previsto é de US$ 165 milhões e será o maior da empresa no País.
Para o ano de 2011, a expectativa é que os tubos já tenham capacidade para chegarem à uma profundidade maior ainda, atendendo assim às projeções de exploração da camada do pré-sal.
O alto aporte acontece após a empresa firmar com a estatal petrolífera um contrato inicial de quatro anos que estabelece a comercialização de US$ 135 milhões no perãodo. Já o faturamento que a fabricante aguarda, a partir do terceiro ano de operação do projeto, é de US$ 250 milhões anuais.
De acordo com a empresa, atualmente são poucos os produtores que atuam nesse segmento de tubos flexíveis, principalmente para águas profundas, em que a demanda é bastante crescente.
Pensando em ampliar ainda mais a sua atuação neste mercado, a Prysmian já está em contato com empresas na Costa Africana e também no Golfo do México para a possibilidade de fornecimento desses mesmos tubos. A projeção da companhia é que 70% da produção de tubos seja destinada à Petrobras e o restante para o mercado externo.
De acordo com o presidente da Prysmian para a América do Sul, Armando Comparato Junior, o projeto começou no ano de 2006, quando a empresa, já fornecedora da Petrobras, foi procurada pela estatal. A Petrobras, na época, já previa o crescimento que viveria no Brasil e temia escassez de determinados produtos no mercado interno, como os tubos flexíveis, por exemplo.
Então, fomos questionados se não estávamos interessados em entrar nesse mercado. E aceitamos o desafio, afirmou Comparato Junior.
De acordo com o executivo, a empresa está negociando com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o financiamento de 70% do investimento. O restante será proveniente de recursos próprios da companhia. Do total do aporte, US$ 135 milhões serão em máquinas e equipamentos e construção civil e o restante em desenvolvimento tecnológico.
Aniversário
Também ontem, a empresa comemorou, em sua unidade capixaba, seus 80 anos de atuação no Brasil. Ao todo, a companhia possui sete unidades fabris no País, sendo duas no Espírito Santo, quatro no Estado de São Paulo e uma em Santa Catarina. Em 2008, o faturamento da subsidiária brasileira chegou a R$ 1,4 bilhão. Esse desempenho fez com que o Brasil registrasse a quarta colocação no ranking de faturamento da companhia, que atua em 21 países, sendo responsável por 10% do faturamento total do grupo.
Dentro do contexto mundial, o Brasil terá uma importância estratégica para o crescimento do grupo no segmento de petróleo e gás, de acordo com o presidente mundial do Grupo Prysmian, Valério Battista. Nós estamos concentrando nossos investimentos nesse setor. Eu considero o Brasil como protagonista para o crescimento do grupo, afirmou Battista, ontem, na fábrica da Prysmian.
Na unidade da Prysmian em Vila Velha, inaugurada há dois anos, já são produzidos cabos umbilicais, também fornecidos à estatal Petrobras.
Essa planta é a única da fabricante italiana no mundo especializada para o atendimento do mercado offshore. Agora, com essa expansão, o Brasil será o primeiro país da companhia que produzirá tubos flexíveis para a exploração de petróleo e gás. Serão esses tubos que ligarão o poço petrolífero submarino à plataforma ou navio.