Foi batizada de Raízen a joint-venture formada pela Cosan e pela anglo-holandesa Shell, para união das operações de combustíveis e de açúcar e etanol produzidos a partir de cana-de-açúcar.
Com o novo nome, nome criado a partir das palavras raiz e energia, a marca Esso será substituída pela bandeira Shell em até 36 meses.
A Cosan continuará com a divisão de distribuição de lubrificantes, segundo o presidente do grupo,Rubens Ometto. A nova companhia, que será a terceira maior distribuidora de combustíveis do Brasil, atrás da BR Distribuidora, da Petrobras, e do grupo Ultra, terá faturamento anual de R$ 50 bilhões, informou o ex-presidente da Shell no Brasil Vasco Dias, que comandará a nova distribuidora. — Já iniciamos numa posição de liderança. Seremos a quinta maior empresa do país em faturamento, com a ordem de crescer forte — disse o executivo. Segundo Dias, o valor estimado da companhia é de R$ 20 bilhões. A Raízen iniciará as operações neste semestre, com capacidade de moagem de 62 milhões de toneladas da cana por safra e geração de 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana. A nova companhia já começa com 24 usinas processadoras de cana e 45 mil postos de combustíveis. – O nosso plano é consolidar o etanol de cana-de-açúcar como commodity internacional – disse Dias. O plano de investimentos feitos por Cosan e Shell na nova companhia já foi aprovado, mas ainda não será divulgado, disse o presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, que assumiu a presidência do conselho de administração da Raízen. As sinergias ainda estão sendo contabilizadas, segundo o executivo. Os aportes terão como objetivo, nos próximos cinco anos, ampliar a capacidade de moagem de cana da nova companhia de 62 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas. A meta é ampliar a produção de açúcar de 4 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas e a de etanol de 2,22 bilhões de litros para 5 bilhões de litros.
Além disso, com os investimentos, a cogeração deve passar de 900 MW para 1.300 MW. Como anunciado em fevereiro do ano passado, serão criadas três empresas: uma de açúcar e etanol, da qual a Cosan terá 51% das ações com direito a voto e a Shell, 49%. Outra de distribuição de combustíveis, com 51% da Shell e 49% da Cosan. E a empresa de administração, com 50% de ações com direito a voto para cada uma. Os executivos da Raízen já entraram em contato com agências de classificação de risco para que a nova companhia realize sua primeira emissão de bonds. A Raízen nasce com uma dívida de US$ 2,5 bilhões herdada da Cosan, que será suavizada por um aporte de US$ 1,6 bilhão por parte da Shell.