Um incremento observado no tráfego de cargas conteinerizadas de e para a América Latina tem estimulado a retomada das concessões nos principais portos da região.
O declínio significativo das movimentações em 2009 e 2010 – em virtude da recessão global – havia colocado os planos de expansão de lado, mas já há sinais de que o próximo ano será mais próspero para operadores de contêineres interessados em ampliar sua área de atuação nos complexos latino-americanos.
Segundo estatísticas recentes publicadas pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe, a movimentação nos 20 principais portos da América Latina aumentou em cerca de 14% nos primeiros seis meses do ano, colocando a região no curso para superar a contração de 9% nos volumes, ocorrida em 2009.
A boa perspectiva no setor impulsionou as autoridades portuárias a retomar os planos para novas concessões em Valparaiso e San Antonio (Chile), Callao (Peru) e Limon-Moin (Costa Rica). Também há projetos previstos em Manzanillo e Lazaro Cardenas (México) e La Union (El Salvador).
Um dos poucos países da região a botar à prova o grau de confiança do mercado foi a Costa Rica, onde a autoridade marítima local aprovou licitação para uma nova concessão portuária em Limon.
A APM Terminals foi a única ompanhia a apresentar uma proposta para o complexo, que movimentou mais de 800 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e mais de 4,5 milhões de toneladas de cargas gerais por ano, antes da crise global atingir a atividade portuária. Espera-se que o governo da Costa Rica assine o acordo de concessão entre o final do ano e o primeiro trimestre de 2011.
Se concluído, o investimento da APM, estimado em US$ 949 milhões, será o maior aporte de capital estrangeiro na história do país. Os planos incluem a construção de um novo cais de 900 metros, o aprofundamento do canal para a acomodação de embarcações post-panamax e espaços adicionais para armazenagem.
A companhia tem concentrado atividades em complexos latino-americanos que movimentam grandes quantidades de cargas refrigeradas que podem ser transportadas dentro de contêineres, como Itajaí, Pecém, San Antonio, Posorja e mais recentemente Santos – todos com um fluxo considerável de carnes e produtos congelados.