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Clippings - 04/08/11

Recursos do BNDES para energia eólica devem triplicar em 2011

Banco prevê liberar R$2,5 bi para o setor, contra R$800 mi do ano passado; hidrelétricas devem ter R$6 bilhões.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, tem falado frequentemente em reduzir os financiamentos neste ano, com o principal objetivo de incentivar o setor bancário privado a expandir sua atuação nos empréstimos de longo prazo. O discurso, porém, não deve atingir o setor elétrico, que tem a previsão de liberar cerca de R$17 bilhões até o final de 2011. O número, apresentado pela chefe do departamento de energia elétrica da área de infraestrutura do banco, Marcia Souza Leal, ainda aponta para uma significativa alta nos recursos direcionados para parques eólicos.

Em palestra no Energy Summit, realizado no Rio de Janeiro, a executiva afirmou que a energia gerada através dos ventos deve receber R$2,5 bilhões neste ano – mais que o triplo do montante desembolsado no ano passado, de aproximadamente R$800 milhões. Segundo Marcia, a alta não se deve a um direcionamento específico para a fonte, mas sim ao fluxo de implementação dos projetos dos leilões realizados pelo governo em 2009 e 2010.

A projeção do BNDES é de uma significativa alta nos desembolsos para energia, uma vez que, em 2009, a área teve liberados em torno de R$13,8 bilhões e, em 2010, R$11,6 bilhões. De acordo com Marcia, os números são influenciados por grandes projetos, como Jirau e Santo Antônio, que receberam grandes financiamentos em 2009, e a hidrelétrica de Belo Monte, para a qual está previsto uma aprovação grande em 2011.

A gente não está querendo diminuir nossa participação. Há um espaço para o empreendedor buscar outras fontes (de recurso). Temos nossos limites e eles têm a opção de buscar financiamentos complementares aos nossos, não só para substituir, mas que venham a agregar, explicou Marcia.

A executiva do banco de fomento também destacou os recursos aportados em transmissão de energia, que devem somar R$3 bilhões neste ano, contra R$1,3 bilhão no ano passado. Temos um programa bastante intenso em transmissão, e temos visto as linhas se adensando nos locais em que a estrutura já existe, e também chegando à região Norte (hoje não conectada ao Sistema Interligado Nacional).

Belo Monte

A chefe do departamento de energia elétrica do BNDES confirmou a liberação da última parcela do empréstimo-ponte, de R$1 bilhão, para a Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW). A executiva, no entanto, preferiu não especular um prazo para o desembolso do financiamento de longo prazo da usina, que deve ser de R$19,5 bilhões. Estamos estudando a operação de longo prazo, e todos esses negócios têm um prazo de maturação natural. Estamos estruturando. A gente trabalha a cada dia e a previsão que a gente tem, como tem em todos os projetos, é de trabalhar da forma mais rápida possível.

Questionada sobre as especulações do mercado e de críticos de Belo Monte sobre a viabilidade financeira da usina do Xingu, Marcia garantiu que o projeto que chegou ao BNDES está bem estuturado. E estamos ainda agregando informações para concluir a análise. Os riscos são inerentes (ao investimento), respondeu a executiva.