A maior parte dos serviços comerciais oriundos do Extremo Oriente utilizam o ESS (Extra Slow Steaming, diminuição na velocidade das embarcações), segundo estimativas da consultoria marítima Alphaliner. Atualmente, 93% dos loops entre Extremo Oriente para o Norte da Europa e 80% das rotas para o Mediterrâneo já adotaram a redução extra de velocidade. Porém, a utilização do ESS pode alcançar um limite em breve.
O recente aumento nos preços de combustível (para quase US$ 500/tonelada) e a disbonibilidade de navios em excesso – liberados para ajustes de capacidade durante o inverno no Hemisfério Norte – fizeram com que as transportadoras utilizassem o recurso. Além da economia de custo, o ESS providencia uma válvula de escape para companhias com excesso de tonelagem. A capacidade adicional absorvida pelo processo chegou a 625 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), ou 4,4% da frota celular.
Pela análise da Alphaliner, se o ESS fosse totalmente adotado em todos os loops entre o Extremo Oriente e o continente europeu, e os embarques atualmente cancelados voltassem a ser empregados, o resultado seria a absorção de apenas 60 mil Teus adicionais. No entanto, ainda há algum espaço para a adoção da medida em serviços transpacíficos. A adoção integral do ESS nas rotas transpacíficas poderia absorver mais 140 mil Teus.
A utilização do sistema para o trade entre o Extremo Oriente e a costa oeste dos EUA, no entanto, seria menos eficaz. Tais serviços são mais sensíveis aos valores fixos por embarcação adicional utilizada, relativo ao custo dos navios existentes. A expectativa é de que algumas das transportadoras ativas em rotas transpacíficas não optem pela redução extra e continuem a empregar velocidades mais rápidas, a fim de obter vantagem competitiva sobre a forte concorrência.