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Clippings - 14/04/11

Reservas do Campo de Lula podem aumentar

Reservatório se expande para fora da área de concessão e invade áreas da União; potencial de barris pode passar para 6,7 bilhões.

O Campo de Lula (ex-Tupi), a mega descoberta do pré-sal da Bacia de Santos, pode ter as reservas ampliadas de 6,5 para 6,7 bilhões de barris. O reservatório se expande para fora da área de concessão e a jazida invade regiões ainda em poder da União. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já determinou à Petrobras que inicie o processo conhecido por unitização, uma espécie de unificação da jazida.

A produção no campo é feita pelo consórcio formado por Petrobras, a britânica BG e a portuguesa Galp e a unitização de um campo produtor – Lula deve chegar ao fim do ano com produção de 75 milhões de barris por dia – com áreas da União não está prevista na regulamentação do setor.

Normalmente, a unitização ocorre quando verifica-se que duas ou mais áreas sob concessão abrigam um mesmo reservatório subterrâneo.

Nesse caso, é feito um acordo entre as empresas responsáveis pelas áreas para exploração conjunta e proporcional, para que ninguém saia perdendo. Negociações desse tipo levam mais de dois anos, disse o gerente executivo de estratégia e portfólio da Petrobras, Hugo Repsold, que, durante seminário realizado ontem no Rio, confirmou a notificação da ANP para início das negociações.

Repsold minimizou a questão, por se tratar de um vazamento pequeno.

A parte do reservatório localizada na área contígua, da União, é mínima em relação ao tamanho do campo. São dois vazamentos e um deles já havia sido rastreado pela Petrobras e pelo governo no ano passado. Na época da capitalização da estatal, a União repassou uma área contígua ao sul do reservatório de Tupi, com um volume estimado em 128 milhões de barris, por meio da cessão onerosa. A Petrobras pagou por essa área algo em torno de R$ 1 bilhão.

O segundo vazamento, porém, localizado ao norte do bloco de Tupi – ou Campo de Lula como veio a ser chamado depois que a Petrobras declarou a comercialidade da área e oficializou o volume de suas reservas – atinge uma área ainda sem concessão e que está nas mãos da União.

Técnicos acreditam que o ideal seria perfurar um poço na área para identificar o tamanho da extensão do reservatório de Tupi/Lula para essa área. Isso só seria justificável se identificássemos algo muito grande. Não vamos deslocar uma sonda de área mais importante para esse ponto. A ANP tem condições de avaliar perfeitamente qual o volume contido ali, disse Repsold. Segundo fonte uma fonte ouvida pela Agência Estado, o volume seria de aproximadamente 80 milhões de barris.

Remuneração. Na negociação, será definido se o consórcio vai remunerar o governo financeiramente ou em barris de petróleo. O presidente da BG, Nelson Silva, presente ao mesmo seminário, disse que a meta é ter três poços produtores na área até dezembro de 2011. Lula produz hoje por meio de um poço no projeto-piloto instalado no local em dezembro. O segundo entra em operação até o fim do primeiro semestre e o terceiro em meados do segundo semestre.

O consórcio pretende instalar nas áreas dos blocos BM-S-9 (Carioca e Guará), BM-S-10 (Parati)e BM-S-11 (Lula e Cernambi) um total de 13 navios-plataforma do tipo FPSOs, com cerca de 200 poços até 2020. A BG, segundo Silva, pretende chegar até lá produzindo 550 mil barris por dia no Brasil em 2020. A meta da Petrobras é de produzir 1,8 milhão de barris só no pré-sal.