
O rebid do leilão da Petrobras para contratação de serviço de engenharia, preparação, remoção, destinação final e alienação das linhas flexíveis e dos sistemas de ancoragem armazenados no almoxarifado submarino (ALSUB) da Bacia de Campos, realizado na sexta-feira (30/7), alterou por completo o resultado do processo original.
Na nova oferta de lances, as empresas SA Gestão de Serviços Especializados e Superpesa Marítima apresentaram os melhores preços para os lotes A e B, com valores de R$ 858 milhões e R$ 178 milhões, respectivamente.
O preço assegurado com os dois lances totaliza R$ 1.036 bilhão, o que garante uma redução de R$ 132 milhões em relação ao valor do melhor lance ofertado no leilão original pelo consórcio Construtora Brasil (Grupo Mota-Engil) / SEA Brasil para o lote C (A+B), em meados de junho.
A decisão da Petrobras de realizar novo leilão para contratação do serviço do almoxarifado submarino foi impulsionada pelo fato de algumas empresas participantes terem informado que enfrentaram problemas técnicos no sistema digital da Petronect, o que dificultou a continuidade da apresentação de lances na ocasião.
Apesar do preço do mais baixo, existe o risco de o novo leilão ser alvo de recurso. Algumas empresas participantes questionam a capacitação da SA Gestão de Serviços Especializados para execução do serviço, ameaçando entrar em recurso contra o grupo.
O rebid foi retomado com lance de partida de R$ 878 milhões para o lote A, R$ 233,5 milhões para o pacote B e R$ 1,168 bilhão para o lote C. No processo anterior, o lance do consórcio Construtora Brasil (Grupo Mota-Engil) / SEA Brasil para o lote C foi de R$ 1,168 bilhão, sendo que a empresa assegurou também os melhores preços nos lotes individuais.
O serviço a ser contratado pela Petrobras será direcionado aos projetos de Corvina, Pargo A e B e Garoupinha. O lote A da licitação envolve a retirada de linhas flexíveis e a aquisição das sucatas, enquanto o B contempla toda a parte de remoção dos sistemas de ancoragem e a compra do material.
O lote A contempla 1.117 tramos de linhas flexíveis, o que representa 83.820 m, totalizando peso de 55,6 mil toneladas. Já o lote B envolve a retirada de 15 estacas torpedo, duas estacas de sucção, 48 âncoras, uma poita, 178 amarras e quatro cabos de aço.
O trabalho é considerado de alta sensibilidade ambiental e promete mobilizar a atenção do mercado. Os contratos atenderão às exigências do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em março pela Petrobras com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) para extinção desses depósitos offshore criados pela petroleira, sem autorização do Ibama.
O prazo de duração dos dois contratos é de cinco anos, sendo que de acordo com as regras do TAC a Petrobras tem até 31 de dezembro de 2027 para retirar todos os equipamentos do almoxarifado submarino.
Fonte: Revista Brasil Energia