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Clippings - 06/06/11

Rio, capital do petróleo

O Rio detém 80% da produção nacional de petróleo.

Há 60 anos, o Brasil ousou contrariar um estudo norte-americano que tirava esperanças de haver petróleo em terras e águas nacionais. Hoje, não há dúvida de que estávamos certos e de que o ouro negro brasileiro é fluminense: o Rio detém 80% da produção nacional de petróleo, alçou a Petrobras á condição de referência mundial em tecnologia de produção em águas profundas e é base da desafiante tarefa de produzir abaixo da camada de sal, a 7 mil metros de profundidade e a 300 quilômetros da costa. O pré-sal, gigantesca acumulação de óleo com 800 quilômetros de extensão do Espírito Santo a Santa Catarina, tem o Rio no centro do mapa de interesse mundial.

Atualmente, os campos maduros contêm 14 bilhões de barris. Só as áreas licitadas do pré-sal concentram outros 16 bilhões. Petroleiras que atuam no Brasil têm compromisso com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) de perfurar 161 poços ao longo do ano, sendo que a Petrobras prevê a perfuração de 162 poços, informa o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Os cinco maiores campos do Brasil estão no litoral do Rio: Roncador, Marlim Sul, Marlim, Marlim Leste e Barracuda. Juntos, foram responsáveis por 49% da produção nacional. É uma das explicações para o estado ser a capital do petróleo explica Márcio Serrão, diretor do Departamento de Recursos Minerais do Rio.

Em Itaboraí será instalado o Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Compeij), que entrará em operação a partir de 2013, com conclusão em 2016 ou 2017. O projeto vai atrair R$ 20 bilhões em investimentos. O empreendimento é parceria da Petrobras com a Braskem, do grupo Odebrecht, e terá duas unidades de refino para produzir 165 mil barris diários de diesel, gasolina, querosene de aviação e gás liqüefeito de petróleo, além de uma central petroquímica.

Os dois grandes projetos se unem em iniciativa inovadora: a Petrobras usará o gás natural do pré-sal — e não só o petróleo pesado ou nafta como se previa no início — como matéria-prima para fabricar petroquímicos no Comperj. A idéia reduz em até 30% o custo do projeto e as emissões de gás carbônico. Como o pré-sal está se tomando realidade, vamos usar o gás para a fabricação do eteno diz o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa. O gás virá dos poços Lula (ex-TUpi), Guará ou Iracema transportado por 250 quilômetros de dutos submarinos ou em navios, liquefeito em alto-mar e regaseificado em terminais próximos ao Comperj.

Por dentro do Setor Petrolífero

O pré-sal é uma grande bacia petrolífera, mas ainda não se sabe exatamente se é um conjunto de enormes campos independentes, mas próximos, ou um único campo gigantesco. Segundo o professor da Universidade Católica de Brasília Marcos Brandão, avalia-se que haja entre 70 e 100 bilhões de barris (ura barril tem 158,9 litros) na grande área.

Reservas brasileiras atuais somam 14 bilhões de barris. Geólogos mais otimistas falam em até 200 bilhões ou 300 bilhões no pré-sal, se o campo for único ou maior que a área já mapeada.

A Federação das Indústrias do Rio (Fir-jan) aponta que os investimentos no setor petrolífero vão atingir R$ 181 bilhões no perãodo 2011-2013.

Um dos maiores projetos da Petrobras, o Compeij de Itaboraí aumenta a competitividade da indústria petroquímica nacional e tem impacto em 11 municípios, com ganho econômico e empregabilidade.