O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Jorge Mello, informa que a estatal federal vive um bom momento, pois uma das mais importantes dívidas da companhia, referente à compra de equipamentos da extinta Petrobras, destinados a outros portos, afinal foi quitada. Assim, a empresa pode respirar um pouco –na área judicial.
Embora Itaguaí seja mais moderno e de maior potencial, os olhos de Mello, no momento, se concentram no centenário Porto do Rio. Diz que a dragagem já terminou e, com isso, os dois terminais de containeres – dos grupos Libra e Multiterminais – em breve poderão passar de navios de 4.000 para até 7.000 containeres.
Isso, mesmo antes da grande ampliação dos terminais, que já está autorizada e incluirá investimentos de R$ 1 bilhão – os gastos serão dos particulares e, em compensação, o governo ampliará o prazo de concessão.
Revela Mello que o novo calado do porto do Rio sofrerá um atraso por um fato aleatório. Para homologar a nova profundidade, a Capitania dos Portos, além do relatório oficial, exigiu dados brutos de sondagem.
A empresa que realizou o trabalho alega que esses dados sumiram dos computadores e, portanto, parte do trabalho de elaboração de dados terá de ser refeito. Assim, haverá um atraso, mas não significativo. A profundidade é de 15 metros e, como garantia, será aprovado calado para 14 metros.
A Libra fará extensão de cais, enquanto a Multiterminais irá usar sua própria área de operações ro-ro e, em troca, será construído um edifício para armazenar os carros – o que já está aprovado pelo setor de Meio Ambiente.
Em relação a Itaguaí, Mello informa que apenas aguarda liberação do Tribunal de Contas da União para licitar um novo terminal de granéis para o porto, o que ampliará a capacidade de movimentar cargas como minério e carvão.
Em relação a containeres, Mello comenta que Itaguaí já deveria estar operando com maior capacidade, mas que a conclusão do arco rodoviário – uma espécie de rodoanel fluminense – agilizará o escoamento do porto.
Outras obras necessárias seriam o ferroanel de São Paulo e a melhoria da descida da Serra das Araras, um pedaço da velha rodovia Dutra que prejudica Itaguaí, pois o trecho – administrado pela CCR – é um empecilho à circulação de caminhões e carretas.
Em Itaguaí, o movimento de containeres de 2010 foi o mesmo de 2008, mas mesmo assim há forte entusiasmo em relação a aumento das operações.