Após agir com morosidade em 2010, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) tem mostrado mais agilidade na aprovação de projetos que pleiteiam investimentos oriundos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), beneficiando, principalmente, o setor de energia eólica do Rio Grande do Norte. O órgão já liberou 15 cartas-consulta para empreendimentos no estado. O montante de recursos para esse projetos somam R$ 720,8 milhões, mas os investimentos podem chegar a R$ 1,3 bilhão incluindo recursos das próprias empresas e parceiros.
15 das 24 propostas aprovadas pela Sudene estão no RN. Empreendimentos serão financiados com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press Juntos, os 15 projetos aprovados até o momento terão 297,4 megawatts (MW) de capacidade instalada. Serão dez usinas serão instaladas no município de Pedra Grande, duas em Areia Branca, e três em Lagoa Nova, com uma delas também se estendendo à cidade de Bodó.
Até abril, a Sudene aprovou 24 cartas-consulta referentes a projetos que pleiteiam investimentos FDNE. Além dos 15 empreendimentos no Rio Grande do Norte, o Ceará foi contemplado com oito liberaçõese a Paraíba teve um projeto aprovado.
A carta-consulta é o primeiro passo para se obter um financiamento. Depois de aprovada a empresa precisa submeter um projeto à instituição, que por sua vez vai fazer a análise de risco e verificar a viabilidade técnica-financeira do empreendimento, processo que no caso do FDNE é feito pelo Banco do Nordeste.
A maior celeridade das aprovações e o incremento das verbas se torna evidente quando é feita a comparação entre os números deste ano e os de 2010. No ano passado, a Sudene liberou somente sete cartas-consulta em todos os estados do Nordeste, de um total de 18 propostas submetidas, totalizando R$ 877 milhões em investimentos, sendo R$ 526 milhões do FDNE. Este ano, a Sudene já liberou um montante de R$ 2,52 bilhões, dos quais R$ 1,78 bilhão oriundos do FDNE – registrando um incremento de 375%.
Aquecimento
De acordo com a Sudene, em 2009 e 2010, grande parte do orçamento do fundo de desenvolvimento foi dirigido às obras da ferrovia Transnordestina, projeto que já recebeu R$ 1,02 bilhão e aguarda ainda mais R$ 1,64 bilhão. Mas este ano está havendo uma forte concentração na área de energia.
O leilão de energia eólica fez com que muitas empresas procurassem o FDNE, que é sem dúvida muito vantajoso em termos de custo financeiro, comenta o coordenador substituto de fundos de desenvolvimento e financiamento da Sudene, Roberto Cavalcanti. Os recursos do Fundo voltados para a energia eólica já somam 1,2 bilhão, enquanto o orçamento geral do FNDE é de 1,78 bilhão para 2011.
O leilão de energia eólica foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agosto de 2010. Dos 89 empreendimentos que venderam energia na ocasião, 70 usavam a força dos ventos como fonte e estavam majoritariamente localizados no Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul.