Dezenas de empresas amapaenses participaram de três dias de encontros na 54º Expofeira do Amapá, que trouxe ao estado representantes das grandes empresas do setor, como Petrobras, Transpetro e CBO, para apresentar o potencial de contratação para a cadeia produtiva

O Amapá não quer perder tempo com a espera da autorização do Ibama para a Petrobras iniciar a perfuração do primeiro poço de exploração de petróleo na sua costa marítima. Governo, empresas e instituições do estado estão mobilizados em se preparar para o desenvolvimento da nova fronteira exploratória.
Na semana passada, a 54ª Expofeira do Amapá, um dos mais importantes eventos do estado, incluiu em sua programação três dias de Rodadas de Negócios, que reuniu representantes das grandes empresas do setor de petróleo e gás, como Petrobras, Transpetro e CBO, e empresas locais com potencial de entrar na cadeia produtiva de futuras atividades na região da Margem Equatorial.
A ação foi promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Amapá, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá) do governo do estado.
Segundo os organizadores, a expectativa dos empreendedores é integrar o banco de fornecedores das grandes operadoras e participar de possíveis contratos com a Petrobras e outras multinacionais do setor.
Da Petrobras, Samuel Souza e Luiza Napoleão, da plataforma Petronect, orientaram empresários sobre como participar de futuras oportunidades.
“A Petronect é o portal oficial onde a Petrobras realiza todas as suas licitações e aquisições. Hoje, estamos apoiando empresas locais para que se cadastrem e se preparem para quando surgirem oportunidades ligadas à cadeia de petróleo e gás”, explicou Souza.
Apesar de ainda não haver editais específicos para o Amapá, os representantes destacaram que o momento é de preparação para que os fornecedores estejam prontos assim que a estatal avançar com os planos de exploração na costa amapaense.
Destaque para necessidades e parcerias estratégicas
O CEO da Companhia Brasileira de Offshore (CBO), Marcos Tinti, reforçou que a exploração de petróleo na Margem Equatorial abrirá uma ampla gama de oportunidades para fornecedores locais, mas exigirá também qualificação técnica, infraestrutura e mão de obra especializada.
“A CBO é uma das maiores empresas de navegação do país e apoia as grandes operadoras, como Petrobras, Shell e Exxon. Para atender às demandas da indústria offshore, o Amapá precisa investir em três pilares: infraestrutura, capacitação de fornecedores e formação de profissionais. Estamos aqui para orientar e já estamos homologando empresas locais, preparando o terreno para futuras contratações”, explicou Tinti.
Ele ainda destacou que, para receber embarcações de grande porte, será necessário desenvolver cais, diques, serviços de hotelaria, hospitais e centros de formação no estado, criando um ambiente favorável ao crescimento do setor.
Hotelaria e serviços também entram na cadeia de oportunidades
Além das empresas diretamente ligadas ao petróleo, setores complementares como hotelaria, logística e alimentação também enxergam a rodada como um momento de preparação para atender à nova demanda que se desenha. Cristian Oliveira, da Rede Tucuju Hotel, anunciou a expansão do grupo, que já projeta três novas unidades em Macapá, Santana e Oiapoque:
“A cadeia do petróleo vai trazer um fluxo maior de profissionais e executivos para o estado. Identificamos um déficit de hospedagem no Amapá e estamos adequando nossos serviços para atender essas novas necessidades, incluindo salas de reunião, ambulatórios e acomodações voltadas ao público corporativo”, afirmou.
A rodada é um passo importante para inserir empresas locais na cadeia produtiva da indústria do petróleo e gás. Juntos, Governo do Estado e Sebrae estão conectando empresários amapaenses a grandes compradores, promovendo negócios e preparando o estado para os desafios e oportunidades que virão. Segundo os realizadores, a rodada tem permitido networking qualificado e já está gerando resultados concretos para diversos fornecedores.
A expectativa é de que o avanço das negociações com a Petrobras e outras operadoras, aliado ao futuro início da exploração na Margem Equatorial, gere um novo ciclo econômico para o Amapá.
Com informações do governo do Amapá
Fonte: Revista Brasil Energia