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Clippings - 08/12/25

Sai Shell e entra Eni e Adnoc no projeto Argentina GNL da YPF

O projeto é importante para o Brasil por ser uma alternativa mais barata e competitiva do que as rotas de gasodutos que estão sendo propostas para trazer o gás de Vaca Muerta para o mercado brasileiro

Acordo entre YPF, Eni e XRG, da ADNOC (Foto: Divulgação YPF)

Um ano depois de firmar acordo com a YPF para a fase inicial de desenvolvimento do projeto de gás liquefeito de petróleo Argentina GNL, avaliado em US$ 50 bilhões, a Shell decidiu sair do negócio, que deverá seguir com novos parceiros, a Eni e a XRG, da petroleira ADNOC, dos Emirados Árabes.

A saída da Shell foi informada pela agência Reuters na manhã de quinta-feira (4), ao noticiar a assinatura de acordo da YPF com a italiana Eni e a XRG, subsidiária da ADNOC, para aquisição de um terço das ações do Argentina GNL e a saída da Shell, que poderá ser substituída por outro parceiro. 

À noite, o site norueguês Upstream confirmou a saída da Shell, publicando nota da empresa enviada ao veículo informando que a empresa decidiu não prosseguir com a fase inicial do projeto Argentina GNL, que participou apenas da fase pré-FEED (Front-End Engineering Design), a fase anterior ao projeto de engenharia básica.

O acordo da YPF com os novos sócios do projeto de GNL foi assinado em Abu Dhabi, pelo presidente da YPF, Horácio Marin, com os CEOs dos novos sócios e divulgado pela empresa argentina na quinta-feira (4). Segundo comunicado da YPF, “a incorporação da XRG ao projeto Argentina LNG fortalece uma iniciativa fundamental para o futuro energético do país. Essa aliança estratégica nos permite avançar no desenvolvimento de uma plataforma de exportação de GNL de classe mundial com um impacto transformador em termos de emprego, investimento e posição internacional.”

O Argentina GNL é um projeto de gás em grande escala, que abrange desde a exploração e produção até o abastecimento de mercados internacionais, projetado para desenvolver a formação de xisto de Vaca Muerta. Segundo a YPF, a expectativa é que, por meio das diversas fases, as exportações atinjam até 18 milhões de toneladas de GNL por ano até 2030

O projeto é importante para o Brasil por ser uma alternativa mais barata e competitiva do que as rotas de gasodutos que estão sendo propostas para trazer o gás de Vaca Muerta para o mercado brasileiro.

A alternativa via GNL é mais barata e competitiva no curto prazo, porque no longo prazo a opção da rota por gasodutos via Bolívia (já existente) ou via Rio Grande do Sul (partes a serem desengargalados e parte a ser construída) termina sendo mais competitiva, segundo especialistas consultados pela Brasil Energia. Tudo dependerá, certamente, de uma negociação em termos de tarifas das várias transportadoras e de impostos dos países envolvidos.

A logística para trazer o gás natural da Argentina para o mercado consumidor brasileiro é o grande desafio das empresas produtoras, transportadoras e comercializadoras.

Em entrevista à Brasil Energia, o gerente de Negócios no Brasil da Pluspetrol, Pablo Campana, responsável Gas Bridge Comercializadora, que já testou a importação do combustível para o Brasil, disse que a consolidação do fornecimento firme do gás argentino ao país depende ainda da superação de gargalos importantes, como investimentos na capacidade de transporte, a harmonização na regulação distintas dos três países e, certamente, tarifas competitivas em todo o trajeto para tornar a oferta atrativa no destino final.

Fonte: Revista Brasil Energia