A ExxonMobil aprovou que a companhia italiana prossiga nas atividades de EPCI no sétimo projeto no bloco Stabroek. A TechnipFMC fará parte de Hammerhead, fornecendo sistemas de produção submarinos
Por Fernanda Legey26/09/2025

A Saipem recebeu o aval da ExxonMobil para executar as atividades de engenharia, aquisição, construção e instalação (EPCI) no projeto de desenvolvimento do campo de Hammerhead, localizado no bloco Stabroek (Guiana), segundo comunicado divulgado pela companhia italiana na sexta-feira (26). O contrato é avaliado em aproximadamente US$ 500 milhões.
Em abril, a Saipem iniciou algumas das atividades (engenharia detalhada e aquisição de equipamentos de longo prazo) e, para isso, recebeu Aviso Limitado para Prosseguir (LNTP). Nesse momento, a companhia foi autorizada a continuar o restante das atividades, após o governo e entes regulatórios terem aprovado o projeto, bem como a ExxonMobil ter tomado a decisão final de investimento (FID).
O escopo de trabalho da Saipem inclui o EPCI de estruturas submarinas, umbilicais, riser e flowline (SURF) para a instalação de produção e o sistema de exportação de gás relacionado ao projeto de Hammerhead.
A companhia utilizará nas operações o Saipem FDS2 e o Shen Da – este faz parte da frota da Saipem como um navio fretado, além de outros equipamentos de construção e apoio. A logística será totalmente executada e gerenciada na Guiana por meio do estaleiro Vreed-en-Hoop Shorebase Inc. (VEHSI).
É o sétimo projeto no bloco Stabroek em que a Saipem está envolvida. Os outros seis foram em Liza 1, Liza 2, Payara, Yellowtail, Uaru e Whiptail.
TechnipFMC também em Hammerhead
A TechnipFMC assinou um contrato entre US$ 250 milhões e US$ 500 milhões com a ExxonMobil para fornecer sistemas de produção submarinos a Hammerhead.
Neste contrato, haverá o gerenciamento de projetos, engenharia e fabricação de sistemas de produção submarinos, que apoiarão os recursos de produção e injeção de água. A arquitetura submarina incluirá produtos da plataforma Subsea 2.0®, incluindo árvores submarinas, coletores e controles associados.
Esta é a sétima vez que a ExxonMobil contrata a TechnipFMC para seus projetos em Stabroek. Os outros acordos foram para Liza 1, Liza 2, Payara, Yellowtail, Uaru e Whiptail – os mesmos projetos que a Saipem foi a escolhida.
Hammerhead e outras atividades na Guiana
A ExxonMobil divulgou o FID de Hammerhead no dia 22 de setembro. O valor anunciado foi de US$ 6,8 bilhões.
O início da operação do sétimo projeto do bloco Stabroek é previsto para 2029. O desenvolvimento incluirá 18 poços de produção e injeção e utilizará um FPSO com capacidade para produzir aproximadamente 150 mil bpd.
De acordo com a ExxonMobil, a decisão de investimento aprovada eleva o volume de recursos investidos nos sete projetos – Liza 1, Liza 2, Payara, Yellowtail, Uaru, Whiptail e Hammerhead – para mais de US$ 60 bilhões.
A companhia informou que está produzindo com segurança aproximadamente 650 mil bpd em Stabroek. Com o recente e bem-sucedido início de operação de um quarto FPSO, o One Guyana, a empresa prevê aumentar a produção para mais de 900 mil bpd até o final do ano.
No momento, há quatro FPSOs operando no bloco: Liza Destiny e Liza Unity, ambos no campo de Liza; Prosperity, no campo de Payara; e o One Guyana, em Yellowtail.
Dois FPSOs ainda estão para iniciar a produção no bloco, sendo o FPSO Errea Witu, que está previsto para começar em 2026 no campo de Uaru; e o FPSO Jaguar, com perspectivas de iniciar as atividades em 2027 no campo de Whiptail.
Além de Hammerhead, a ExxonMobil planeja um oitavo projeto, o de Longtail. Este, junto de Hammerhead, teve a descoberta de hidrocarbonetos anunciada em 2017.
Até 2030, a companhia espera ter capacidade total de produção de 1,7 milhão de barris equivalentes de petróleo por dia em oito empreendimentos.
A ExxonMobil Guyana Limited, afiliada da ExxonMobil, é a operadora e detém 45% de participação no bloco Stabroek. A Hess Guyana Exploration Ltd., adquirida pela Chevron neste ano, detém 30% de participação, e a CNOOC Petroleum Guyana Limited detém 25%.
Fonte: Revista Brasil Energia