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Clippings - 05/01/12

Saldo comercial brasileiro com a China mais que dobrou em 2011

Chineses responderam por mais de 38% do total do superavit brasileiro de 2011, de US$ 29,7 bilhões.

Em um ano, o superavit comercial do Brasil com a China mais que dobrou, mostram dados da balança comercial.

Em 2010, as vendas brasileiras para o país asiático superaram as importações em US$ 5,1 bilhões. Em 2011, esse saldo foi positivo em

US$ 11,5 bilhões -aumento de 125,5%.

Ou seja, no ano passado os chineses responderam por mais de 38% do total do superavit comercial brasileiro, de US$ 29,7 bilhões.

O dado foi destacado ontem por Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), ao canal de televisão estatal NBR.

O desafio agora é diversificar nossa pauta exportadora, disse Tatiana, que informou também que o governo quer estimular exportações e acesso a crédito de pequenas e médias empresas.

José Augusto de Castro, presidente em exercício da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), aponta que a disparada no superavit brasileiro com a China é explicada quase exclusivamente pelo aumento nos preços das commodities.

ESPECULAçãO

Dos US$ 40 bilhões que exportamos até novembro para os chineses, US$ 18 bilhões correspondem a minério de ferro, US$ 10,5 bilhões a soja e US$ 4,3 bilhões a petróleo, exemplifica.

Com exceção de alumínio e de fumo, todas essas commodities nunca foram vendidas pelo Brasil a preços tão altos, completa Castro.

De acordo com ele, há nesse movimento um componente de especulação financeira. Isso porque, devido à crise econômica que afetou países da União Europeia e os Estados Unidos, muitos investidores acabam buscando refúgio em alimentos ou em minérios.

Em algumas Bolsas, fundos negociam 13 vezes o volume efetivo de soja disponível, afirma.

A cotação da tonelada do grão subiu de US$ 189, em 2000, para US$ 495 em média no ano passado, diz o especialista. Nesse exemplo, o aumento foi de 161,9%.

No caso do minério de ferro, produto com a maior participação nas exportações para o país asiático, o crescimento foi de US$ 19 por tonelada, em média, em 2000, para US$ 126 no ano passado.

É uma parcela importante da balança comercial sobre a qual o governo brasileiro não tem controle. Ninguém sabe o que pode acontecer com o preço [desses produtos], afirma Castro.