unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 21/12/12

Santos Brasil tem serviço inédito no Pará

A Santos Brasil lançou uma operação inédita de transbordo fluvial de contêineres de cabotagem pelo Tecon Vila do Conde (PA), o terminal que opera na região Norte. O objetivo é ganhar mercado no transporte de carga por barcaças para cidades localizadas no seio amazônico, de difícil acesso.

No terça-feira passada, o Tecon, localizado em Barcarena, embarcou 50 contêineres levando aço em balsas fluviais com destino a Altamira (oeste do Pará), às margens do Rio Xingu.

A carga foi embarcada no porto de Santos (SP) e seguiu de navio até o terminal operado pela Santos Brasil, no Pará. De lá, seguiu para Altamira de balsa. Originalmente, essa carga iria de São Paulo direto ao destino de caminhão. Outro lote com 60 contêineres foi transportado no sábado e um terceiro será embarcado ainda nesta semana.

A cabotagem marítima com transbordo fluvial já existe na região, recebendo o nome de ro-ro caboclo: o baú é desengatado da carreta e transportado na balsa. Mas o transporte regular do contêiner por balsa no Brasil – como ocorre na Europa e nos Estados Unidos – é inédito.

Entre os municípios contemplados neste primeiro momento pela operação estão, além de Altamira, Santarém e Itaituba, todos no Pará. Há muito tempo tentamos promover o transporte do contêiner direto na barcaça. Queremos fazer disso uma constante, uma vez que a região Norte vem se desenvolvendo num ritmo maior que as outras regiões, diz o diretor-presidente da Santos Brasil, Antonio Carlos Sepúlveda.

O potencial é grande. A estimativa é que em quatro anos a modalidade com transbordo fluvial represente metade do volume projetado de cabotagem do Tecon Vila do Conde, que operará como um porto concentrador. De lá, as cargas serão distribuídas pela bacia do Rio Amazonas.

Hoje o terminal opera cerca de 35 mil Teus (contêiner de 20 pés), sendo quase a totalidade contêineres de longo curso. Em quatro anos, serão 70 mil Teus – a metade de cabotagem. A capacidade do terminal hoje é para 250 mil Teus.

A opção pelo transporte marítimo-fluvial ante o rodoviário é considerada mais barata, sustentável, segura e previsível, diz Sepúlveda. A lei nº 12.619, de abril deste ano, que restringe a jornada do motorista de caminhão, também deve alavancar a operação. Acreditamos que o frete rodoviário será precificado da maneira correta e com isso a cabotagem tende a crescer, afirma o executivo, de olho na crescente demanda de projetos locais como hidrelétricas, siderúrgicas e empreendimentos ligados à exploração mineral.

A carga âncora da operação hoje é o aço para construção civil, mas há um grande mercado potencial. O Norte produz o que não consome e consome o que não produz, diz Sepúlveda.

Por enquanto a Santos Brasil segue mapeando a viabilidade de novas rotas fluviais para ampliar a abrangência de áreas atendidas. Macapá (AP) e Manaus (AM) devem ser as próximas cidades beneficiadas.

De acordo com o diretor comercial da empresa, Mauro Salgado, a expectativa é explorar outros nichos de mercado na região a partir da maior frequência de embarcações atracando em Vila do Conde, notadamente madeira certificada.